“Lembro, com saudade, de uma colega dos meus primeiros anos de magistério, que era uma noivinha apaixonada, ansiosa pelo fim de semana para receber na casa dos pais a visita do amado”
Há gostos para tudo nesta vida. Se assim não fosse, ai de nós. É como dizia o velho gaúcho de galpão: “moça é como chita; não há feia nem bonita”.
Pois bem, há quem goste do verão; outras pessoas preferem o inverno; muitas, o outono. A primavera parece agradar à maioria, mas há os queixosos por suas alergias e pelo vento desfolhando as primeiras rosas.
Acontece também com os dias da semana. Ouço familiares adultos detestando o início da semana – a segunda-feira. Fim do descanso tão almejado; começo de novos desafios; mudanças nas regras no trabalho; maus humores de patrões e colegas pela ressaca; uma infinidade de problemas para serem resolvidos…
Lembro, com saudade, de uma colega dos meus primeiros anos de magistério, que era uma noivinha apaixonada, ansiosa pelo fim de semana para receber na casa dos pais a visita do amado. Quando ele se despedia, nas noites de domingo, e ela ouvia o som dos portões metálicos das lojas fechando-se para a madrugada, ficava triste e, antecipadamente, saudosa. Para ela, segunda-feira era um dia difícil.
Pois há muita gente que se sente confortada com o primeiro dia útil da semana. Depois de um domingo “reunião de família”, em que a dona de casa mal consegue sentar para ouvir as conversas ou acariciar um netinho, é bom relaxar com a casa vazia e os trabalhos caseiros de repor tudo no lugar, no ambiente então sossegado. Apreciar filhos e netos saindo para a escola, maridos dirigindo-se ao trabalho, dá uma sensação de paz e de alívio.
Conheço esposas de maridos rabugentos – que se queixam de tudo e de todos –, mas que, felizmente, trabalham fora, no campo ou em outra cidade, que se sentem felizes e aliviadas com sua partida. Um sopro de liberdade as anima para os próprios trabalhos, para a profissão que exercem, com a maior dedicação possível.
Pois é, podemos dizer que todos os dias da semana podem ser alegres e positivos. São degraus que subimos, na escada da vida, dia por dia, para cumprirmos nossa missão aqui na Terra, cultivando o Bem, espalhando o Bem, colaborando pela paz, pela união e pela felicidade do próximo.
Minha trilha sonora desta manhã, que ainda está ecoando no meu íntimo, é esta canção religiosa: “Quem vive para si / empobrece o seu viver. / Quem doar a própria vida, / vida nova há de colher”.