Perguntaram-me por que eu escolhi “A biblioteca de Bebel” como o nome deste espaço. Bem, o motivo está representado graficamente no título. O que aconteceu foi o seguinte: estávamos estudando contos em Literaturas de Língua Espanhola, e a professora disse que, para a próxima aula, deveríamos ler “A biblioteca de Babel”, do escritor argentino Jorge Luis Borges. Uma colega se volta pra mim com um olhar questionador, e ficamos nos olhando por alguns segundos, eu sem entender nada, sem saber o porquê de ela estar me olhando daquele jeito. Até que ela me pergunta:

– Biblioteca de Bebel? – Eu ria tanto que não tinha condições de desfazer a confusão. Logo, ela começou a rir também, e acabamos chamando a atenção da professora. Uns bons cinco minutos depois, consegui me recuperar e pude explicar à minha colega que não era “Bebel” no conto, mas sim “Babel”. E também pude explicar o que tinha acontecido para a professora. Aliás, um tempo atrás, ela me disse que, desde então, toda vez que vai falar o nome do conto, tem que tomar cuidado pra não dizer “A biblioteca de Bebel”.

Então… o título deste espaço é uma homenagem a estas duas pessoas que eu admiro tanto, e inspirado em uma situação que ilustra (muito bem, diga-se de passagem) a nossa relação. Mas há outro motivo, e esse vem da narrativa do conto. Nele, Borges relaciona o universo a uma biblioteca: vários andares de galerias hexagonais cujos muros são cobertos por prateleiras cheias de livros. O meu universo é mais ou menos (ou talvez seja exatamente) assim. Por isso, esse é o meu conto favorito de Borges.

“A biblioteca de Babel” data de 1941 e está incluído no livro Ficções, que reúne 16 contos de Borges, dos quais, além deste, destaco “Pierre Menard, autor de Quixote”, “O jardim das veredas que se bifurcam”, “Funes, o memorioso” e “O sul”.

 

Referência: BORGES, Jorge Luis. Ficções. Tradução: Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 174p.

 

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