A mina de fosfato de Lavras

Esta exploração será muito parecida com o serviço realizado nas nossas caieiras para a exploração de calcário. Será uma mina a céu aberto, cuja cava (buraco) terá uma extensão total de 2.500 metros, com cerca de 40 metros de profundidade máxima, ao final dos 18 anos de retirada do fosfato in natura

Na semana passada, conversei com o sogro do geólogo Fernando Talarico, que é diretor da Empresa Águia Fertilizantes, que está tentando instalar uma mina no município de Lavras do Sul.

O Sr. Fava, que é o sogro do Fernando, é um gaúcho empreendedor, radicado em Lages há muitos anos, lidando na exportação de madeira. Eu o conheci no tempo em que comandei o 1º Batalhão Ferroviário, e os laços de amizade permaneceram. No final de 2022, informou-me que o dono da Empresa Águia me procuraria em Caçapava, quando viesse para iniciar a construção das instalações da futura mina.

Esta exploração será muito parecida com o serviço realizado nas nossas caieiras para a exploração de calcário. Será uma mina a céu aberto, cuja cava (buraco) terá uma extensão total de 2.500 metros, com cerca de 40 metros de profundidade máxima, ao final dos 18 anos de retirada do fosfato in natura. Esse material rochoso será secado (porque ele sai do solo ainda muito úmido), britado no local e comercializado, assim como acontece com o calcário, a granel ou embalado. Não vai água na sua produção e, por isso, não haverá lagoa de contenção de rejeitos. Aliás, não haverá rejeitos.

Já faz cerca de 10 anos que esse projeto se iniciou, e agora só depende do Ministério Público para ser liberado o seu início. Todas as licenças ambientais pertinentes já foram expedidas pela Fepam. Tão logo o órgão público dê andamento ao processo corrente, a construção das instalações necessárias para a operação do minério se iniciará. Seu término está estimado para 12 meses e gerará cerca de 80 empregos diretos para gente da nossa região.

Quando funcionar, a mina fornecerá 300 mil toneladas por ano, o que equivale a uns 10% a 15% da demanda gaúcha de fosfato para uso na melhoria de campo nativo e nas lavouras em geral, e dará emprego direto para cerca de 150 pessoas, sem contar os empregos indiretos, dos quais Caçapava também se beneficiará, por estar muito próxima e ser via de acesso natural a Lavras.

O município vizinho incrementará bastante a sua receita mensal com o recolhimento da cota de ICMS que é do município, pois toda a cadeia da extração até a comercialização será realizada naquela localidade.

Depois desse papo, me parei de pensador: como é que, num país agrícola, que importa mais de 70% dos insumos de fosfato que consome, que tem a pretensão de se tornar o celeiro do mundo, que caminha a passos largos na liderança tecnológica para incrementar ainda mais a sua produção já fantástica, se gasta 10 anos para implantar um projeto de exploração de um produto que compramos do Marrocos, pagando fretes navais caríssimos e mais custos diversos de importação, etc., etc., encarecendo nossa produção?

Apelo aos representantes legislativos de todo o Rio Grande para trabalharem mais por essa causa, que trará ganhos fantásticos para todos. Quanto a mim, estou tentando fazer a parte que me toca nessa empreitada de guerra.