Abertura da Colheita da Oliva celebrará recuperação em relação à safra passada

Evento está marcado para 07 de março, na propriedade onde é produzido o Puro Azeite, pela família Farina, em Cachoeira do Sul. Na programação, além do ato da colheita em si, estão uma homenagem à força feminina que atua na olivicultura, não só em propriedades, mas em outros setores da sociedade, além de uma palestra sobre o setor

Coletiva Colheita da Oliva_Crédito Nestor Tipa Júnior AgroEffective Divulgação
Crédito: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective/Divulgação

A 13ª edição da Abertura Oficial da Colheita da Oliva está marcada para 07 de março, em Cachoeira do Sul. O evento será sediado na propriedade da Puro Azeite, cujo pomar possui 200 hectares plantados, com mais de dez variedades de olivas. Além do ato da colheita em si, o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) prepara uma homenagem à força feminina que atua na olivicultura, não só em propriedades, mas em outros setores da sociedade, além de uma palestra sobre o setor.

O presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, detalhou que serão intensificados os contatos com o meio acadêmico e com a Embrapa Clima Temperado, para que pesquisas já em andamento ou novos trabalhos sejam realizados. Um dos temas propostos seria ampliar os conhecimentos sobre polinização forçada dos pomares.

– Depois de quebras de safra e redução de volume, os produtores se questionaram sobre a produção de forma constante e as variedades que apontam nesta direção, como a koroneike, advinda da Grécia. Outras, por nossa experiência, comprovaram não atingir a produtividade esperada – explicou.

O gestor ainda citou que, em contato com o governo do Estado, foi identificada uma área em Hulha Negra, de cerca de 200 hectares, que poderia ser utilizada para pomares na metade Sul. O local se tornaria uma referência para o setor e, inclusive, uma espécie de escola, que sediaria pesquisas em prol da olivicultura.

Sobre a safra deste ano, o presidente do Ibraoliva citou que poderá ser impactada pelo excesso de chuvas em maio e setembro. Entre os dois meses, o solo encharcado prejudicou as oliveiras. Ele também destacou que o uso de herbicida específico tem prejudicado os pomares. Contudo, há perspectivas de que a safra supere a do ano anterior. O número total será divulgado apenas em abril.

Fernandes ainda comentou sobre mudança de mercado e de entendimento por parte do consumidor quanto aos benefícios do azeite de oliva extravirgem. De acordo com ele, quando se prova o azeite gaúcho, percebe-se que não é o mesmo que havia sido provado anteriormente.

– O Mapa [Ministério da Agricultura e Pecuária] proibiu duas marcas importadas de serem comercializadas. Agora, eles divulgam estas marcas, e os supermercados são um agente responsável pela comercialização. Hoje, 82,6% [dos azeites] vendidos, são adulterados, com traços de defeitos, azeites virgens ou lampante sendo envasados como extravirgem – relatou.

Já o secretário Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, ressaltou que o Departamento de Pesquisas da pasta está à disposição dos produtores.

– O Governo do Estado é defensor de pesquisas e de ações científicas, que devem balizar ações políticas e administrativas – afirmou. A equipe técnica da Secretaria atuará em conjunto com o Ibraoliva.

A Puro Azeite é de propriedade da família Farina, tradicional marca da indústria moveleira da Serra. Por 20 anos, o patriarca, José Eugênio Farina, tentou produzir soja no Nordeste, sem sucesso. Os netos, hoje, gerenciam o negócio de azeite de oliva na propriedade. O Puro Azeite é um dos mais premiados do país, e os investimentos da família giraram em torno de R$ 20 milhões. Na propriedade, são produzidos azeites das variedades arbequina, arbosana, coratina, frantoio, galega, koroneiki, manzanilla e picual.

Confira a programação

9h – Início do credenciamento

9h30min – Conversa sobre a temática com Puro e Ibraoliva

10h – Workshop Sict: “Resultados e perspectivas das pesquisas conduzidas com os azeites Selo Produtos Premium”

10h30min – Homenagem especial às olivicultoras

11h – Solenidade oficial de abertura

12h – Extração comemorativa

12h30min – Almoço e confraternização

Texto: Ieda Risco/AgroEffective – adaptado