Estamos no início do segundo mês do verão. O Sul do país, clamando por chuvas; noutras regiões, os rios transbordando, causando mortes, destruições de cidades, desmoronamentos, e o contingente de desabrigados e desalojados aumentando vertiginosamente, bem como o índice de desempregados que não conseguem sustentar suas famílias.
Sabemos o quanto custou equipar nossas casas com móveis e eletrodomésticos para dar-nos um mínimo de conforto, nós da classe média, com nossos miseráveis aumentos de salário que não chegam a encobrir a inflação. Por isso, o olhar desolado – na TV – dos que perderam tudo o que havia no seu lar, agora virado em escombros, dói demais!
Que dizer dos favelados, catadores de papel e outros biscates que precisam, a cada dia, conseguir o dinheiro necessário para alimentar os seus? Dando para comprar arroz, seu bolso não consegue comprar o feijão; em vez de carne, compram ou catam ossos, dando graças quando estes ainda retêm alguma carne. Quem não conhece a vida desses nossos irmãos, leia Quarto de Despejo, que é o retrato fiel dos que moram em locais de risco por falta de outras opções, sabendo a quantas tragédias estão sujeitos.
Mas não quero invadir a coluna de Isabela, que nos indica as melhores leituras e conhece de cadeira o assunto.
Eu falei que já vira aquele filme – noutra edição –. Agora, devo dizer que tantas catástrofes acontecendo ao mesmo tempo no país ou no mundo, jamais tive conhecimento em minha longa vida.
Quando me pergunto de quem é a culpa, chego à conclusão de que é de todos nós que não tratamos o meio ambiente como ele precisava e merecia. Ainda é tempo de corrigir-nos e salvar o planeta? Quando fazemos o possível, o impossível acontece. Assim dizia S. Francisco, o santo da Natureza.
Enquanto isso, a Covid-19 se desdobra em outras variantes, e cada uma é mais contagiosa que a outra. Nossa sorte é que a vacinação continua, ainda que em ritmo lento por divergências nos postos altos do país. Os polos cada vez mais se opõem, e quem paga o prejuízo somos nós, o povo que trabalha e paga os devidos – ou indevidos – tributos.
Mas o Brasil é forte, sua natureza é pródiga em recursos naturais, e nossos patrícios brilham nas invenções da ciência, que vai tirar-nos das pandemias e da fome. E ainda sabem sorrir, compor músicas e brindar a vida de todos com suas artes que elevam o espírito, trazendo-nos bom humor e a vontade de ajudar a quem precisa.
Outubro nos espera. Temos tempo para escolher quem serão os novos governantes. Que Deus nos ilumine e aos candidatos vencedores.