Em 11 de setembro de 1836, o General Netto proclamou a República Rio-grandense nos Campos do Seival. O movimento de 20 de setembro de 1935, que tinha começado como uma rebelião para derrubar o presidente da província, tomara outros rumos. O Estado-Maior rebelde sabia que o caminho da guerra era inevitável, pois o Império do Brasil não deixara barato a insurreição.
As ideias libertárias – embaladas pela Independência dos Estados Unidos da América e pela Revolução Francesa – eram como uma doença, e se espalhavam rapidamente pela América do Sul. Estas ideias “exóticas” foram as responsáveis pela Proclamação da Independência do Uruguai em 1828 e pela expulsão dos brasileiros da Banda Oriental.
Estes ex-combatentes da Cisplatina perambularam sem rumo pelos campos da Província de São Pedro por quase uma década e, devido ao abandono e à indigência causados pelo conflito no Uruguai, foram estes homens que acabaram por levantar em armas contra o Imperador.
Depois da Proclamação da República, após a Batalha do Seival em 11 de setembro de 1836, um enorme entusiasmo tomou conta das tropas rebeldes, agora elevadas à categoria de exército republicano. Nem a prisão do General Bento Gonçalves e de parte do Estado-Maior Farroupilha na Batalha de Fanfa – em 03 e 04 de outubro de 1836 – abalou os ânimos da soldadesca. Em 06 de novembro de 1836, a República Riograndense reconheceu Piratini como sua capital.
Durante todo o ano de 1837 até abril de 1838 foi intensa a atividade bélica e os movimentos no front. Além da fuga do Estado-Maior farroupilha das prisões do sudeste e nordeste, em ’37 ainda, Porto Alegre foi atacada pela artilharia do General Netto, e Triunfo – cidade natal de Bento Gonçalves – caiu na mão dos republicanos.
Nos últimos meses de 1838 o Império reage e manda milhares de soldados e uma flotilha de embarcações inglesas para combater no front. O ano de 1839 foi de duras perdas para os Republicanos. Acuado e vendo que o ataque das forças imperiais à capital Piratini era uma questão de tempo, o General Bento Gonçalves, em 01 de janeiro de 1839, ordena a mudança da capital para a Caçapava, posição estratégica, mais central, que era considerada inexpugnável e de fácil defesa. A pequena Vila era um posto avançado do Exército Brasileiro, construído em 1777 por uma vanguarda dos Dragões de Rio Pardo, para fazer a defesa do território meridional do Império Português contra a investida dos espanhóis.