O CARNAVAL é a maior festa popular do Brasil e acontece, nos moldes que o conhecemos, como festa de rua, para fazer a alegria do povo em geral, desde 1930, com os desfiles das escolas de samba. Dizem que foi trazido para cá pelos portugueses, logo depois do descobrimento, e que começou como brincadeiras de rua entre as pessoas que costumavam jogar líquidos mal cheirosos umas nas outras (água suja, urina e outras porcarias, por divertimento). Depois vieram os lança-perfumes – hoje proibidos – as máscaras, as fantasias, etc.

Em 1984, quando LEONEL BRISOLA – que governou o Rio Grande de 1959 até 1963 – era o governador do Rio de Janeiro, foi inaugurado o dito templo maior do samba naquela capital. O majestoso Sambódromo, na Rua Marquês de Sapucaí, passou a ser o referencial para o maior espetáculo carnavalesco do mundo e um marco para alavancar o turismo na Cidade Maravilhosa.

Neste ano de 2022, por causa ainda da pandemia da Covid, não tivemos a festa popular em nosso município, tal qual no resto do País, mas tivemos o feriadão e as praias cheias, permitindo que as pessoas viajassem, descansassem e, cada um de seu jeito, curtissem seus carnavais.

Eu, em casa, solito, comemorei o meu com a chegada da tão esperada chuva que São Pedro mandou para refrescar a seca que assolou o Sul, prejudicando safras, pastagens e a produção de alimentos da estação, tais como legumes e verduras, que escassearam pela falta e pelo preço na mesa da população.

Acredito que muita gente de nossa região tenha ficado mais feliz do que eu, porque dependem do clima para alavancar seus negócios agropecuários, e a chegada das águas caídas do céu ou das nuvens, embora um pouco tardia e insuficiente para retornar à normalidade, aconteceu em boa hora. Sempre é boa hora para diminuir os prejuízos.

Ao mesmo tempo, o mundo espicha um olhar televisivo para a Ucrânia, invadida pelos russos com certa facilidade, até porque são dois povos vizinhos e meio que irmãos de raça e de cultura.

Enquanto parte do planeta se diverte com as festas populares, outras regiões enfrentam as mortes e as desgraças provocadas pelos homens poderosos que governam o destino da humanidade. São interesses geopolíticos imperando diante dos ingênuos que acreditam em manifestações políticas pacíficas e retaliações econômicas. Vejo o Papa rezando e pedindo paz, como se a voz dele ou de qualquer homem comum pudesse alterar os rumos das decisões dos que detêm o poder e colocam seus interesses à frente de qualquer obstáculo.

Vi, também, durante este feriadão, vândalos depredando ônibus de um time de futebol e ferindo pessoas inocentes e indefesas. Não interessa se foi do Grêmio ou do Inter. É apenas uma disputa esportiva.

E não me canso de achar graça quando pessoas, até bem esclarecidas, pregam na mídia que, após a pandemia, o mundo será mais solidário. As pessoas, mascaradas sob diversos disfarces – nem todas, é claro, mas muitas delas –, pouco se importam com a paz no mundo, com tempos de carnaval ou com a inocência das crianças. Só existe uma trégua possível: defender-se quem puder.