Em assembleia realizada na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, os trabalhadores dos Correios no Rio Grande Sul decidiram, na noite de segunda-feira (17), decretar greve por tempo indeterminado. Em todo o país, são cerca de 100 mil funcionários que irão paralisar as atividades.
A greve ocorre em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados durante a pandemia do coronavírus, de acordo o Sindicado dos Correios de Santa Maria e região (SINTECT-SMA), que abrange 190 cidades, entre elas Caçapava do Sul.
De acordo com José Andrigo, Secretário Adjunto e de Imprensa do SINTECT-SM, um dos principais motivos da paralisação é a proposta da empresa que retira 70 cláusulas do acordo coletivo dos trabalhadores.
“Pedimos o apoio da população, pois os correios é do povo. Com a sua privatização muitas cidades poderão perder o serviço, pois se não houver interesse por parte da iniciativa privada em assumi-la ela simplesmente irá fechar.” Relatou José.
O Secretário adjunto também destacou que a retirada das 70 cláusulas do acordo coletivo dos trabalhadores é um total desrespeito pelo que representa o trabalhador de Correios para o Brasil, que mesmo frente a uma pandemia, continua nas ruas, atendendo a população e que muitas vezes precisou trabalhar mesmo sem ter recebido da empresa os EPI´s e itens de higiene necessários para se manterem seguros.
Através de uma nota a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), afirma ter sido surpreendida com a revogação, a partir de 1º de agosto, do atual acordo coletivo, cuja vigência vai até 2021. Segundo a entidade, 70 cláusulas com direitos foram retiradas, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.
Sobre as ações da empresa para enfrentamento da pandemia, a federação relata que teve de acionar a Justiça para garantir aos empregados equipamentos de proteção individual, álcool em gel, testagem e afastamento daqueles integrantes de grupos de risco e dos que coabitam com crianças em idade escolar. A entidade afirma que se trata de uma estratégia para precarizar e privatizar a empresa.
Segundo o SINTECT-SMA, o correios de Caçapava conta com cinco carteiros, quatro concursados e um temporário, dos quais três aderiram à greve, na agência dos correios os atendimentos continuam acontecendo normalmente.