Circulando pelo mundo da informação, é possível perceber certo descompasso quando o assunto é o futuro da economia e da saúde. Sem dúvida nenhuma, esta crise ficou sem parâmetros de comparação, como outras foram superadas e principalmente os caminhos percorridos no pós-crise. Hoje, ninguém imagina quando ela vai embora, nem em que estágio se encontra. Tudo está indefinido.
Crise sanitária
Tem alguns países em elevado estágio de vacinação, com grande parte da população imunizada, enquanto outros, após uma diminuição no contágio, voltaram a apresentar altas significativas, tendo que voltar com restrições pesadas. Neste estágio, dá para citar países do leste Europeu, onde o sinal vermelho foi novamente ligado. É a quarta onda, já citada pela OMS, o epicentro da pandemia.
Na Áustria, está proibido sair às ruas, o que é permitido somente em casos especiais. Países da África lidam com grandes dificuldades de obter vacinas, e o resultado disso é o pequeno número de pessoas vacinadas, o que faz com que o setor de saúde esteja em colapso. Ainda tem aqueles países que correm atrás e dão prêmios para quem se vacinar. Esta desigualdade no atendimento sanitário da crise da Covid-19 traz uma grande insegurança no sentido de deslumbrar um horizonte que permita ter certeza no futuro. Por quanto tempo o mundo ainda vai sofrer os efeitos perversos da Covid?
É bom lembrar que, no início, já existiam previsões de que a distribuição de vacinas seria feita de maneira desigual, o que agora está acontecendo e com poucas chances de que, no curto prazo, o quadro seja revertido. Pelo que se vê, a solução deve acontecer somente no médio e longo prazo, e até lá, a insegurança vai continuar.
Insegurança econômica
Todos sabem que a pandemia desestruturou as cadeias produtivas, logísticas e de consumo. O mundo parou e está com grandes dificuldades de voltar a funcionar. Começando pelo surto inflacionário que atinge praticamente todos os países, e aí as estratégias de combate, às vezes, diferem. Citando o caso dos Estados Unidos, a maior economia do mundo: hoje, o país convive com uma inflação de mais de 6% e está aprovando projetos que pretendem inundar a economia com recursos para gerar emprego e renda. Só a lei da infraestrutura vai aplicar mais de um trilhão de dólares distribuídos para Estados e municípios.
Com uma inflação alta, colocar mais dinheiro em circulação significa ativar a demanda, o que pode gerar aumento de preços e crescimento na pressão inflacionária. De onde sairão estes recursos? Será que lá tem o teto de gastos? Claro que vai aumentar o endividamento. Pelo lado do Fed, o Banco Central americano, a expectativa é de aumento na taxa de juros. Coloca mais dinheiro em circulação e depois aumenta o juro para frear a demanda? Pouco ou quase nada se ouviu de criticas a estas medidas.
A segunda maior economia do mundo, a China, usa uma estratégia diferente. Convivendo ainda com os efeitos danosos da crise imobiliária, procura incentivar a economia, porém com consciência de que o ritmo de crescimento tem que ser sustentável para evitar o desequilíbrio entre oferta e demanda.
A verdade é que a velha senhora está aí, desafiando a todos os gestores a descobrir maneiras de combatê-la. Hoje, todos se perguntam: é uma alta inflacionária temporária ou persistente? O mundo parou, e agora está com sede de recomeçar, mas a reestruturação das cadeias produtivas está bastante difícil. Ainda persiste a falta de matérias-primas e de componentes, e a logística está desarranjada. Em que fase da crise está o mundo? No início, no meio ou no fim? Imagine fazer projetos de investimentos com todas estas incógnitas. Horizontes difíceis se desenham, fazendo com que os cenários futuros sejam incertos exigindo conhecimento e cautela.
Alguém ganhou!
Apesar de tudo que foi dito sobre as dificuldades econômicas no mundo, parece que a pandemia trouxe ventos favoráveis para Estados e municípios brasileiros. Para que isso seja comprovado, basta dar uma olhada geral e ver que ninguém está reclamando de falta de recursos, o que antes era um choro só. É, a pandemia está deixando alguns benefícios. Como se explica? Com a palavra, os senhores gestores.
Pense
Mesmo que você esteja em minoria, a verdade ainda é a verdade.