Por Cristiana La Rocca Teixeira
A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Lavras do Sul (CICS) realizou uma reunião na terça-feira, dia 14, para debater as quedas de energia elétrica na cidade. O encontro foi aberto pelo presidente da entidade, Luis Paulo da Silva Teixeira, e contou com a manifestação de todos os participantes. Palestrante da noite, o advogado da CICS, Sávio Silveira, colocou em pauta os problemas, prejuízos, dados, esperanças e sugestões em relação ao assunto. Segundo Silveira, há dois grandes entraves: a falta de conhecimento técnico e de uma explicação exata sobre quais são as causas das oscilações, que pioram muito nos picos de calor e de frio.
Hoje, o que se sabe é que Lavras é alimentada por duas redes (uma que vem pela Estrada Bagé/Lavras e outra pela Estrada de São Domingos – Tigre), que laudos atuais solicitados e pagos por alguns comerciantes mostram a voltagem sempre abaixo (ou muito abaixo) de 220 volts, com uma distribuição desigual dentro do perímetro urbano (alguns pontos recebem melhor a energia e outros sofrem com a oscilação), fiação e estrutura sucateadas, prejuízos aos comerciantes e à comunidade, além de reclamações e solicitações sem sucesso à CEEE Equatorial.
Uma das soluções seria entrar com representação no Ministério Público (MP) contra a prestadora do serviço. No entanto, já existe uma ação pública movida contra a CEEE no MP desde 2018, e, ao longo de 2022, como forma de protelar qualquer decisão, a empresa apresentou sucessivos pedidos de prorrogação de prazo para a entrega dos relatórios. Para Silveira, a pressão somente acontecerá com a mobilização da comunidade: “Nossa movimentação é extremamente importante. As forças vivas que geram riquezas para o município precisam se unir”, reforça. A formalização dessa inconformidade começa a ganhar força, e o primeiro passo adotado pelos comerciantes será registrar as ocorrências materiais.
Durante a reunião, os empresários decidiram por uma mobilização formal (abaixo-assinado) com representatividades do comércio, comunidade e Poder Público, passível de reparação dos danos, que será levada ao Ministério Público e estará em todos os estabelecimentos comerciais para que qualquer cidadão lavrense possa assinar. Além disso, a ideia é contratar uma consultoria especializada para monitorar a rede, cujos resultados possam ser levados aos representantes da CEEE Equatorial em uma audiência pública.
Foto: Cristiana La Rocca Teixeira