De Caçapava a Portugal: uma jornada pela preservação do patrimônio

Com um histórico de atuação em importantes projetos de preservação em Caçapava, Rafael Teixeira Chaves amplia seus horizontes acadêmicos e profissionais em Portugal

Crédito: Arquivo pessoal

Rafael Teixeira Chaves, natural de Caçapava, vem se destacando no campo da preservação do patrimônio cultural. Segundo ele, sua trajetória na área começou cedo, motivada por um forte interesse pelos museus e pela memória histórica. Formado em Museologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e com especialização em Patrimônio pela Universidade de Brasília (UnB), Rafael também possui mestrado em Museologia e Patrimônio pela UFPel e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, cursa doutorado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e realiza um doutorado sanduíche na Universidade do Porto, em Portugal, através do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), promovido pela CAPES.

Desde 2013, sua dedicação à preservação do patrimônio de Caçapava do Sul tem gerado importantes frutos, pontou. Entre suas principais realizações, ele destacou a sua participação no restauro de bens culturais como a Casa Borges de Medeiros e a Casa dos Ministérios, além da organização do Arquivo Municipal e do Museu Lanceiros do Sul.

Como caçapavano, percebi que tinha a responsabilidade de usar o conhecimento adquirido para lutar pela preservação da memória da nossa cidade. Mobilizei todas as alternativas possíveis e levei a questão ao Ministério Público, o que resultou nas atuais iniciativas de restauração desses bens patrimoniais. Essas ações foram o que possibilitou alcançar os resultados que vemos hoje – afirmou Rafael.

A tecnologia como aliada

Rafael, em sua pesquisa, explora a interseção entre museus, memória e virtualidade. Segundo ele, a tecnologia desempenha um papel crucial na preservação do patrimônio, ampliando o acesso ao conhecimento e criando novas formas de interação com a história.

As ferramentas digitais permitem que o patrimônio cultural seja preservado de maneiras inovadoras, e essa fusão entre o físico e o virtual é o que amplia as possibilidades de preservação – comenta ele.

Além disso, Rafael coordena o projeto “Memórias Submersas”, um memorial virtual focado na memória das enchentes. De acordo com ele, o projeto é um laboratório prático para alunos de Museologia de várias partes do Brasil, proporcionando a aplicação teórica em um contexto social real.

Hoje, os museus são muito mais do que lugares silenciosos; são espaços de diálogo com os fenômenos sociais atuais – explica.

Experiência Internacional

A experiência de estudar em Portugal tem sido enriquecedora para Rafael, tanto em termos acadêmicos quanto pessoais.

Realizar parte do meu doutorado na Universidade do Porto tem sido uma experiência incrível – afirmou ele.

Rafael ressaltou que a troca de conhecimentos com colegas e professores de diferentes contextos culturais ampliou sua visão sobre práticas museológicas.

Visitar os museus do Porto e viver em uma nova cultura tem sido fundamental para expandir minhas reflexões sobre o patrimônio cultural – acrescentou.

Crédito: Arquivo pessoal
Crédito: Arquivo pessoal

Sobre as diferenças entre os estudos de museologia no Brasil e em Portugal, Rafael destacou que ainda está no início de sua pesquisa, mas espera que, ao retornar, possa oferecer uma análise mais detalhada das abordagens adotadas nos dois países.

Essa vivência certamente contribuirá para uma comparação mais sólida e enriquecerá minha pesquisa – afirmou.

Planos para o futuro

Ao pensar no futuro da Museologia e da preservação do patrimônio em Caçapava, Rafael tem expectativas claras. Segundo ele, é necessário implementar uma política de preservação eficaz, onde o patrimônio seja visto como um recurso valioso não apenas para a cultura, mas também para o desenvolvimento econômico da cidade.

O patrimônio cultural pode ser um importante atrativo turístico, e isso, por sua vez, traz benefícios diretos à economia local – disse ele.

Para o futuro, Rafael planeja continuar trabalhando na área de preservação, com o objetivo de consolidar suas pesquisas e desenvolver novos projetos que integrem a tecnologia e o patrimônio, sempre com foco no fortalecimento da memória e da identidade cultural.