Estamos a meio mês de agosto, entrando no segundo semestre do ano. Já se fala em vestibular e formaturas. A Semana da Pátria está chegando. Sem tambores, ensaios de marcha ou bandeiras saindo dos armários. Gestos de patriotismo são raros. Fala-se com temor no dia 07 de Setembro. Seguirá o exemplo de 22 de abril?
Até o clima está conspirando para arrefecer nossos ânimos. A chuva, o frio, a umidade e a cerração, mais o momento turbulento que atravessamos, enfraquecem nossas esperanças de dias melhores.
Minhas amigas e companheiras de idade só têm assunto para seus resfriados, que se repetem sem parar. Com medo de novas ondas de Covid-19, não se aventuram muito a sair de casa. Passou o tempo dos desfiles das escolas nas comemorações da Independência. Elas não perdiam por nada.
O país está dividido ao meio. E os candidatos à Presidência seguem esse esquema, anulando as chances para uma terceira via.
Começaram os horários de propaganda eleitoral. Mas o povo não acredita mais em promessas e desconfia das intenções dos candidatos.
Nos povos antigos, um Conselho formado por anciãos é que decidia os destinos da comunidade. Eram consideradas pessoas dignas e isentas de quaisquer propósitos ilícitos. Pelo menos, assim julgavam.
Hoje, como confiar nesses líderes de cabelos brancos ou carecas – alguns até de bengala – que fazem uma triste figura a caminho da prisão por crimes contra o povo que os elegeu? Ou que permanecem impunes graças aos advogados mais famosos – e de custos elevados, que saem de nosso bolso? Será que pensam levar dessa vida as riquezas usurpadas? Em vez de fazerem um balanço de seus atos, um “mea culpa”, e de deixarem uma obra que traga bons frutos após sua morte.
Nossa juventude, nossa esperança, o que pensa da vida e quais seus planos de futuro? Coitadinhos, tão novos e desprotegidos.
Mas eu creio na Primavera, que breve vai chegar. Ela está mandando suas emissárias: azáleas coloridas e grinaldas de noiva enfeitam os canteiros; flores de laranjeira exalam seu perfume e levantam o ânimo da gente. O frio e a umidade vão passar, e os achaques das velhinhas também. Os jovens vão encontrar seus caminhos para salvar este mundo da mediocridade e falsos ideais, buscando na educação – formação e informação – as chaves para uma vida nova, que traga a felicidade e a paz para as nossas vidas.
Que a claridade da nova estação nos ilumine e aqueça a todos nós.