Educar hoje para o misterioso amanhã

Queridos alunos meus, quero homenageá-los e a todos os outros que passaram pelas minhas aulas e minhas preocupações. E que me ajudaram a sentir-me realizada na vocação

No Dia do Professor, lembrei meus tempos de magistério e os métodos de ensino bem diferentes dos atuais. Vendo as crianças e jovens da família, fico alarmada ao verificar como mudaram! Num Concurso para ingresso na carreira, hoje, certamente eu estaria eliminada.

Quando o Antoninho se desesperava nas aulas de Matemática, com o teorema de Pitágoras, e me perguntava que utilidade ele nos daria na vida e no mercado de trabalho, eu respondia que ajudava a pensar, a seguir uma lógica, a tirar conclusões. Mas ele gostava mesmo era de aprender Português, para comunicar-se no tempo e no espaço.

João Carlos, pelo contrário, apreciava as hipóteses e finalmente chegar às teses dos teoremas, bem como qualquer operação que o preparasse para as ciências exatas.

Seguindo seus próprios talentos, tenho a satisfação de vê-los felizes e realizados em seus ideais: Antoninho, professor, comunicador, diretor de escola, colega e amigo, poeta e cronista de sucesso, incentivador da cultura na cidade. E João Carlos, o engenheiro que mudou o estilo ultrapassado de nossas moradas, tornando-as modernas, mais funcionais e bonitas. Entre suas obras, ele ideou minha casa, ensolarada, simples, sem paredes ociosas, como convém a uma professora que vive só de seu salário.

Queridos alunos meus, quero homenageá-los e a todos os outros que passaram pelas minhas aulas e minhas preocupações. E que me ajudaram a sentir-me realizada na vocação.

Minha netinha de nove anos recebeu, nesta semana, um troféu pela participação em um projeto feito no computador. Para uma quase leiga na matéria como eu, não dá para entender bem. Mas foi um sucesso e sinal de que, pelos novos parâmetros, ela está seguindo o caminho certo. Usando a tecnologia e as maneiras modernas de pesquisar e chegar aos resultados.

Mas continuo a reafirmar o lema de minha formatura. “Educar é Amar.” E o laço de afeto entre aluno e professor é imprescindível. Compreensão, empatia, paciência e entusiasmo pelas tarefas não podem faltar no ensino. E que a empatia seja desenvolvida entre os colegas, sem invejas, bullying e sentimentos negativos. “Todos por um, um por todos”. Pois a palavra de ordem da atualidade é formar equipes de estudo e de trabalho. Sozinhos, nada podemos, mas a união faz a força.