Encadeamento de lembranças

Nesse longo mês de agosto – que muitos querem que acabe, eu não – houve muitas ocasiões de reencontros. E as lembranças se misturavam e se associavam a novas e antigas passagens da minha vida

Os psicólogos chamam de Associação de Ideias. Esse processo – de encadeamento de lembranças – é muito empregado nas investigações da polícia. E geralmente leva a bons resultados.

Pois comigo acontece a toda hora. Quando tenho visitas para o almoço ou café da tarde, costumo usar o prato que minha amiga Jussara me deu de aniversário. Passo anos sem vê-la, mas as lembranças me vêm fresquinhas ao vê-lo, e aumentam meus cuidados para conservá-lo. E a saladeira, o pirex, antecessor do colorex, com tampa adornada de flores coloridas, me trazem de volta o carinho da Doty e os conselhos da Dinda, exemplo de dona de casa da família, que mos presentearam.

Na hora do banho, quantos objetos me falam de gente querida que os ofertou! O quadro com a figura de uma banheira, os vidros de sais, as toalhas bordadas pela mana e pelas sobrinhas, com meu nome ou mensagens animadoras, sinto-me rodeada de meus afetos.

Nesse longo mês de agosto – que muitos querem que acabe, eu não – houve muitas ocasiões de reencontros. E as lembranças se misturavam e se associavam a novas e antigas passagens da minha vida. Conheci, na sessão de autógrafos em Porto Alegre, o meu fiel leitor, e as lembranças borbulhavam soltas, ora vendo a figura de seus pais tão simpáticos, seu jornal “O Comércio”, e logo me vinham saudades dos tempos de estudante, dos livros escolares, de minhas colegas de aula.

Gasparina e Tupã, leais como sempre, lá estavam, e a nossa amizade revivida em lembranças dos filhos pequenos, das Feiras do Livro da Paróquia, do Pe. João Flesch, que a consagrou.

E aqui, na CCJT, ex-alunas queridas, amigos afastados pela pandemia, familiares, meus filhos e netos, minha mana e sobrinhos, foi possível abraçar-nos com força e dar graças, porque Vai Passar retrata o que passou e desejamos que não volte mais. Novos amigos lá estavam, preenchendo o lugar dos que partiram.

A união e a esperança foram a tônica desse reencontro inesquecível. Com Gasparino e Isabela festejando comigo, no mesmo entusiasmo e dando-me força para continuar na coluna. Meu agradecimento ao casal Juarez e Zaira pela carinhosa acolhida na Casa de Cultura.

Pois eu não estou com pressa. Agosto ainda tem alguns dias, e esses, quero degustá-los com toda a gratidão que devo a Deus e às pessoas que amo e me fazem feliz.

Vai Passar está à venda, também, no Elefantinho, além da Komaco e da Dielo.