A vida é assim, sempre foi, e não sei se vai mudar. Onde há flores, também vingam ervas maldosas que querem sufocá-las.
Quando voltei de minhas férias – isso mesmo, Sr. Governador, professor aposentado também precisa de férias –, nos meus canteiros, havia uma disputa insana. As flores por pouco não se sufocaram com o avanço das ervas. As marias-esparramadas exibiam-se bem coloridas, graças aos cuidados da Elen, mas aquelas que resistem lindas todo o inverno – que eu não sei como se chamam – essas não suportam o calor, especialmente o deste verão, e delas não restaram nem as raízes. Em seu lugar, as ervas daninhas espalhavam-se felizes.
Resolvido, em parte, o problema, com novas mudas e provisão de terra, fico pensando que não sei o nome dessas criaturinhas mimosas, que só de olhá-las me trazem alegria. Uma que comprei agora se chama Perpétua. Espero que faça jus a seu nome.
Há pessoas que são flores no jardim da existência. Elas exalam o perfume de sua bondade e o calor do bem-querer. Como é agradável senti-las ao nosso lado. Ao passo que outras só nos trazem um amargor, um odor de flores mortas e um desencanto de viver. Não sorriem, apenas zombam; não se realizam profissional ou pessoalmente, porque estão sempre desejando o que o outro tem ou o cargo que conquistaram. Pobrezinhas, não aprenderam o essencial da vida: que o bem traz sempre o bem multiplicado de volta. E não sabem por que estão sempre adoecendo, nas filas dos prontos socorros, brigando pelo lugar e maldizendo os profissionais da saúde, porque não encontram a razão de seus males.
Os japoneses instituíram o Dia do Sorriso. Reúnem-se os cidadãos numa praça e põem-se a rir, rir, até às lágrimas. Minha mãe chorava de tanto rir. E nós compartilhávamos. Agora, acho difícil, com tanta tragédia no mundo. Mas também há coisas boas para celebrar. E o riso é remédio eficaz.
Lembro a última vez que ri tanto, até chorar, e foi difícil conter-me sob o olhar assustado dos presentes. Foi quando comecei a assistir às comédias de Mister Bean. Agora, elas não me fazem graça. Vou procurar outros programas… Mas sorrisos, isso não me falta.