Vou falar dos animais domésticos, pois não. Aliás, das pessoas que hoje em dia vivem idolatrando os bichos de estimação ao ponto de proclamá-los “Anjos de patas”
Este era um dito do meu pai para justificar o porquê de uma atitude não usual de alguém que precisasse se safar de alguma enrascada. Para sair dum aperto, botando a cabeça pra fora d’água para respirar.
Vou falar dos animais domésticos, pois não. Aliás, das pessoas que hoje em dia vivem idolatrando os bichos de estimação ao ponto de proclamá-los “Anjos de patas”.
Eu ainda não tenho nenhuma convicção ou confirmação de que os anjos existam, assim de carne e osso, como entes superiores protetores, do tipo guardiões dos céus, sentinelas do paraíso ou até representantes benfazejos de Deus pai, nosso senhor. Quando era pequeno, vivia invocando a proteção do meu Anjo da Guarda quando muito pequeno fui morar em casas de outras pessoas. Mas admitir que eles sejam capazes de virar cachorros de rua, sujando a cidade, mordendo as crianças e atrapalhando o trânsito de pedestres pelas calçadas e portas de lojas, vadiando, é querer demais.
Dizem que foram os cachorros que elegeram uma vereadora em nossa cidade na legislatura que este ano se encerra, mesmo não votando e não possuindo nem título de eleitor e nem certidão de nascimento. Não me consta que façam parte do cadastro único da assistência social do governo federal para receber auxílios diversos e nem que tenham direito à carteirinha do INSS para poder ser atendidos no Pronto Atendimento Municipal, terceirizado a preço caro.
Esses cães que andam por aí, que nunca deixaram de ser bichos irracionais, precisam, muito aliás, é de donos responsáveis, cuidadores, mantenedores capazes de guardá-los e cuidá-los dentro de seus pátios ou residências, mas que nem sempre o fazem.
Na minha casa, tenho três animais de estimação: dois cachorros e uma gata e ainda alguns galináceos garnisés. São bem alimentados, vacinados. Gosto do meu bicharedo e os trato com carinho (no lugar deles, bem sabido). Não judio deles e os respeito na suas condições de animais domésticos.
Noutro dia, quando fui tomar um mate na oficina de lanternagem de um amigo, músico animador de bailes em Caçapava, junto a outros companheiros de prosa, quando abordei este assunto, ele me deu uma sugestão que achei bem interessante:
– Controlar os cachorros de rua é muito fácil coronel. É só cadastrar e identificar, com nome do proprietário/responsável. Pode ser coleira, chip ou coisa semelhante. O cão que andar solto vadiando pelas ruas seria preso e o dono acionado para recolhê-lo e já pagar a multa.
Pois sabe que é mesmo !?! Mas precisaria ser um esforço de toda população, que também deveria ser educada para isso. E os ANJOS aqueles que nos apresentaram as escrituras em priscas eras, permitamos que continuem a povoar os céus dos inocentes, voando, sem patas caninas, naturalmente.
Será que cachorro com fome também come laranja?