Invernada Artística Herdeiros da Tradição disputa a Força A do ENART

O dançarino e ensaísta da invernada, Lucas Marques, conversou com a Gazeta sobre essa participação e também sobre a história do grupo

Por Luiz Felipe de Oliveira

Crédito: Estampa da Tradição Fotografias

A Invernada Artística Herdeiros da Tradição, do CTG Sentinela do Forte, competiu pela primeira vez na Força A do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (ENART), que chegou a sua 36ª edição em 2023. Segundo o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), promotor do ENART, o evento é considerado o maior festival de arte amadora da América Latina.

Na segunda-feira (27), o dançarino e ensaísta da invernada, Lucas Marques, nos contou sobre essa participação, que ocorreu no sábado (25), em Santa Cruz do Sul, e também sobre a história do grupo. Fundada em 1999, a invernada é descrita por ele como um pilar da instituição tradicionalista.

– O CTG só existe porque muitos jovens circulam pela entidade, por causa da invernada – afirma.

A participação em competições começou em 2003, em rodeios artísticos. Em 2011, o grupo passou a disputar também premiações no Festival Gaúcho Estadual Estudantil (FEGAES), do qual fora bicampeão em 2015 e em 2016, ano em que os Herdeiros da Tradição pisaram, pela primeira vez, nos palcos do ENART, na categoria Força B, criada para que grupos com menor poder aquisitivo pudessem participar do evento, conforme explica Lucas.

Também de acordo com ele, para disputar a Força B, os grupos devem ter nove danças ensaiadas previamente. No dia do evento, vinte minutos antes da entrada de cada grupo, três delas são sorteadas para serem apresentadas.

A classificação para a Força A veio em 2022, quando a Invernada foi a campeã da Força B. Na nova categoria, segundo o ensaísta, são dezoito as músicas que o grupo precisa ter ensaiadas. Outro fator que aumenta o nível de competitividade é se tratar de uma disputa entre grupos com grande poder aquisitivo e com maior nível profissional.

Para concorrer na Força A neste ano, os Herdeiros da Tradição dançaram Maçanico, Balaio e Chimarrita Balão, além das danças de entrada e de saída, uma obrigatoriedade para todas as invernadas participantes. Os caçapavanos apresentaram uma coreografia com a temática “Geoparque”, em homenagem ao reconhecimento mundial de Caçapava pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e contaram com a participação do E.T. Caçapavano, representando a Ufologia, que faz parte do Geoparque.

– Acreditamos que o nosso grupo teve uma grande ideia ao levar o tema do Geoparque para o ENART, visto que é um evento com visibilidade mundial. Foi muito impactante chegar ao maior festival da América Latina e mostrar um E.T. Tivemos uma aceitação muito grande, o pessoal achou algo muito legal. Pensamos fora da caixinha. Foi um desafio muito grande, mas muito satisfatório. Falar de nossa terra, não tem orgulho maior – declarou Lucas.

Mesmo não sendo a campeã do ano, a invernada do CTG Sentinela do Forte já está focada em se preparar para o próximo ano.

– Acreditamos que, em 2022, fechamos um ciclo, no qual fomos campeões da Força B. Agora em 2023 se inicia uma nova etapa, muito mais difícil em todos os sentidos, mas vamos dar seguimento ao objetivo, que é chegar na final da Força A – conclui o ensaísta.

Atualmente, a Invernada é composta por três categorias: mirim, com aproximadamente 40 membros, e juvenil e adulto, com 25 membros cada. Para participar, não é necessário ser sócio do CTG, basta entrar em contato com o patrão da entidade, Gilnei Marques, ou com a coordenadora do grupo, Édila Fonseca.

A Invernada Artística do CTG Sentinela do Forte marca presença no ENART desde 2016, na Força B. Em 2023, para sua primeira apresentação na categoria principal, contou com a participação especial do E.T. Caçapavano