LEI PAULO GUSTAVO
Dos 82 projetos inscritos, 35 foram aprovados. Um deles é do povo indígena Guarani Mbya, da região do Irapuá
Os produtores culturais contemplados pela Lei Complementar nº 195/2022, mais conhecida como Lei Paulo Gustavo, assinaram o termo de execução de seus trabalhos, na manhã de hoje (08), durante solenidade realizada no Centro Administrativo da Prefeitura. Ao todo, foram 82 projetos inscritos e 35 aprovados, em duas grandes áreas: Audiovisual e Demais Áreas da Cultura.
A Lei Paulo Gustavo foi criada ainda durante o período de isolamento da Covid-19, com o objetivo de fomentar atividades e produtos culturais que sofreram os efeitos econômicos e sociais da pandemia. Ela recebeu este nome em homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que faleceu vítima da doença. Ícone da arte no País, deu vida a personagens marcantes, como Dona Hermínia, a protagonista da série de filmes “Minha mãe é uma peça”.
Segundo o secretário de Cultura e Turismo, Stener Camargo, a destinação de verbas via Lei Paulo Gustavo deve ser considerada um marco histórico para o município, pois soma um investimento de R$ 300 mil na cultura local, e pelo menos um projeto de cada seguimento cultural foi selecionado. Além disso, este é o primeiro edital a contemplar ações afirmativas, com 20% do recurso destinado às populações LGBTQIA+, negras e quilombolas, e 10% para indígenas.
Alguns produtores contemplados conversaram com a Gazeta sobre a importância de leis como esta para a execução de trabalhos culturais:
– Para nós, a Paulo Gustavo é muito importante, porque vamos poder mostrar às pessoas a nossa cultura, que nós existimos aqui em Caçapava. Desde 1978, o povo Guarani está aqui, no acampamento da BR 290, no Irapuá – disse Arlindo Benites, professor e vice-cacique dos Guaranis Mbya.
– Leis como essa são muito importantes para que os produtores de cultura de Caçapava possam se colocar no cenário nacional e, com a internet, também em um cenário internacional, levando o nome do município com uma cultura de qualidade – relatou a antropóloga Tatiana Neis.
– A maneira como a lei foi trabalhada pela Secretaria foi fundamental para o seu funcionamento. Foi uma oportunidade de democratização das políticas culturais, porque a gente sabe que, em muitos casos, a cultura acaba sendo privilégio de alguma elite, de alguns grupos – respondeu Bruno Moraes, coordenador da Escola da Floresta.
A solenidade contou com a presença do prefeito Giovani Amestoy (PDT) do vice-prefeito Luiz Guglielmin (PSDB), do assessor especial do prefeito, Giordano Borba e das secretárias de Agropecuária, Indústria e Comércio, Michele Mendes, e da Fazenda, Ihoko Nakashima.