Buenas, pessoal. Mais uma vez, pela quarta ocorrência em poucos anos, retorno às páginas da Gazeta para desfilar ideias e estabelecer algumas prosas com os seus leitores cativos de todas as sextas-feiras. É sempre por causa da política que me ausento de vez em quando.

“Andei por aí, sovando uns pelegos sobre um arreio”, repontando sonhos, procurando novos rumos no meu envelhecer irrequieto e cheio de inconformismos. Em mais um desafio de mim mesmo, levantando poeira no bico das botas e aparando água da chuva na aba do chapéu, sob sol e friagens da primavera, esta nossa.

A maioria das pessoas prefere o conformismo silencioso ou não atuante, na condição de observador crítico das nossas mazelas sociais, econômicas e até existenciais, e outros ainda, alienados diante da tela burra dos aparelhos celulares, que recolhem segredos e espalham fofocas entre os humanos pelos quatro cantos da Terra, sob a justificativa da modernidade tecnológica do mundo globalizado e maluco.

Tem gente se matando na Ucrânia, tem gente mentindo nos horários eleitorais do Brasil, em rede nacional, tem gente morrendo nas filas dos hospitais, e outros buscando prazer e vida fácil através da alienação das drogas que o dinheiro fácil oportuniza. Enquanto milhões passam fome, na extrema pobreza, outros milhões se esbaldam no esbanjamento da riqueza. E, no meio disso tudo, ainda existem os ingênuos que acreditam na força da caridade e na brandura dos corações da humanidade.

Agora, na eleição proporcional, quando me candidatei consciencioso das minhas possibilidades, descobri outra balela ou falácia eleitoral: quando criaram o Fundo Eleitoral, custeado com dinheiro público, disseram ao povo que, agora sim, haveria paridade entre ricos e pobres para concorrer. Mentira, porque sei de diversos deputados federais em busca de reeleição que receberam em torno de R$ 2 milhões para suas campanhas, enquanto os candidatos sem mandato receberam de R$ 200 mil a R$ 500 mil para o mesmo fim. Eu, por exemplo, que concorri a deputado estadual, recebi R$ 60 mil. Além de ainda existirem as vantagens das facilidades do exercício do cargo proporcional dos já deputados, tais quais: pessoal de gabinete, emendas parlamentares aos municípios, combustível, etc. durante os quatro anos do mandato legislativo.

Mas também não podemos desligar dessa realidade, porque somente através do voto e da política é que conseguiremos melhorias para nossa cidade e para nosso povo. Saber quem “enreda” e quem fala a verdade é fácil, basta conferir a história política de cada um dos que disputam o segundo turno. Qualquer que seja o resultado, segunda-feira, dia 31 de outubro, ou mesmo no dia 02 de janeiro de 2023, cada um de nós é que teremos que nos virar para quitar os boletos de início de mês.

É assim mesmo: enquanto a cachorrada coça suas pulgas nas ruas da cidade, a vida segue e já começam as “cunversas” para o próximo pleito eleitoral, que será em 2024.

 

Obs.: É sempre um prazer e uma honra retornar a este espaço.