Há mais de 100 anos, um meteorito caiu na região do Seival, em Caçapava do Sul. Sabe-se a data aproximada porque, em 1915, quando a área foi comprada pela família do Sr. João Alfredo Rosa Lopes, a “pedra” já estava lá. Não se tinha ideia bem do que era, somente que era pesado: 27 kg.

O primeiro a identificar corretamente que se tratava de um objeto extraterrestre foi o Prof. Elver Ubirajara Teixeira, geólogo residente na cidade. A confirmação veio após análise da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2017.

Mas o que é exatamente um meteorito? De onde eles vêm? De que são feitos? Qual a diferença de meteoro para meteorito? Por que eles são importantes?

Meteoritos são fragmentos de corpos extraterrestres (asteroides, cometas, planetas, outros) que sobrevivem à entrada na atmosfera e conseguem atingir a superfície da Terra. Os fragmentos que não chegam até à superfície, por serem destruídos pelo atrito com o ar a uma velocidade entre 11 e 72 quilômetros por segundo, são chamados de meteoros ou, popularmente, estrelas cadentes. Estes são muito mais numerosos que os meteoritos.

As estimativas oficiais indicam que há cerca de 70 meteoritos catalogados no país, porém o número estimado de meteoritos que atingem o Brasil é muito maior, conforme pesquisadores da área. A descoberta e catalogação dessas rochas espaciais é muito importante porque os meteoritos fornecem informações sobre a composição de materiais do universo e do material inicial que formou o planeta Terra.

Eles são basicamente de três tipos: Metálicos ou Sideritos, formados por ligas metálicas (ferro/níquel); Rochosos ou Pétreos, compostos por materiais rochosos; e os Condritos (ou mistos), de composição mista de rocha e metal.

O Meteorito Caçapava do Sul é do tipo Siderito. Estima-se que existam somente 24 deste tipo catalogados no mundo. Sua massa é formada por 89% de ferro, 9,43% de níquel e 0,66% de cobalto, embora haja traços de outros elementos.

Os maiores meteoritos encontrados no Brasil são o Santa Catharina, com sete toneladas, identificado em 1875, e o Bendegó, que caiu em 1784 no sertão da Bahia. Este último pesa 4,3 toneladas e tem 65 cm. No momento de seu achado, na segunda metade do século XVIII, era o segundo maior do mundo. Desde 1888, estava em exposição no Museu Nacional no Rio de Janeiro, e foi uma das poucas peças a resistir ao incêndio de 2018.

O Meteorito Caçapava está em exposição na Casa de Cultura até 18 de julho, numa mostra em parceria com a Unipampa e o Geoparque Caçapava Aspirante UNESCO.