Passando pelo Largo Farroupilha, nesta semana, observei a guarita verde-amarela, onde autoridades e colegiais saúdam nossa bandeira nos hasteamentos, nos arriamentos e nas homenagens que celebram os 200 anos da Independência do Brasil. Sinto uma saudade dos meus tempos de aluna e, mais tarde, de professora nessa data dos tempos idos. Quantos ensaios de marchas, declamações de poesias, bailados e hinos faziam parte dos preparativos para a Semana da Pátria, que não eram desperdício do currículo, pois ensinavam muito mais do que as aulas rotineiras.
Ari Barroso era sempre lembrado, suas músicas inspirando coreografias apresentadas nos salões das escolas. E os corações dos jovens se enchiam de orgulho pela Pátria e sua pujança.
Hoje, para muitos, as cores da bandeira perderam o seu sentido, pois ela – desfraldada em diversas residências – identifica, para os bem entendidos, as preferências políticas de seus moradores. Até nos carros – sobretudo os de marcas mais cobiçadas – é possível observá-la.
Mas os cidadãos de políticas contrárias não veem com bons olhos essa exibição do pavilhão que aprendemos a celebrar como a demonstração de nossas riquezas naturais, com as cores verde, amarelo; e com o branco da paz que vem da justiça e da igualdade; sob um céu azul de nosso clima tão cobiçado pelos turistas do Hemisfério Norteemisfério Norte..
Fica difícil comemorar esta semana quando nos mostram, pela mídia, as devastações de nossas florestas, que muitos estudiosos afirmam não poderem mais regenerar-se. A poluição de nossos rios, eivados de mercúrio dos garimpos ilegais e destrutivos da fauna, da flora e da vida humana.
No setor policial – sem contar com os agentes de Segurança que torturam e matam nas abordagens –, tem havido muitas prisões, até de superbandidos que se infiltram em órgãos oficiais, financiam políticos em suas campanhas eleitorais, mantêm farmácias e até hospitais para atendimentos de bandidos feridos. A Inteligência da Polícia tem feito grandes progressos para chegar até eles. A ela, nossos aplausos.
Mas a corrupção continua a crescer no país, e todo dia são descobertas novas fraudes, esquemas de rachadinhas, funcionários fantasmas, fortunas milagrosas e misteriosas, que não batem com a declaração de Renda dos acusados. Mas vêm os acordos, os adendos das leis para inocentá-los e deixar tudo como está. E cada vez pior.
A Primavera vem aí. Talvez ela nos traga mais esperança de mudar o quadro geral do país. Com reformas tributárias justas – quem ganha mais, paga mais – com igualdade e humanidade no trato dos cidadãos, que desejam fiéis representantes legislando, julgando e executando medidas favoráveis ao seu bem-estar.
É preciso mudar. Varrer as folhas mortas e plantar novas sementes. Em solos preparados com amor, solicitude, prazer de servir. Ainda há esperança. Para Deus, nada é impossível.