Nas encruzilhadas da vida

A vida é um caminho que precisamos trilhar dia a dia, com toda a responsabilidade. Difícil é quando nos surge uma encruzilhada. Por onde seguir? E, no caso de enganar-nos na escolha, o que nos espera mais adiante?

A vida é um caminho que precisamos trilhar dia a dia, com toda a responsabilidade. Difícil é quando nos surge uma encruzilhada. Por onde seguir? E, no caso de enganar-nos na escolha, o que nos espera mais adiante?

Aconteceu comigo, lá pelos anos sessenta do século passado. Naquele tempo, a Secretaria de Educação do Município era muito modesta. Não havia condução própria para chegarmos às escolas do interior. Era pegar carona quando uma caçamba da Secretaria de Obras tivesse algum trabalho perto de alguma delas para fazermos as visitas de inspeção e ajuda pedagógica. Às vezes, uma Kombi do Posto de Saúde, levando vacinas para os alunos, também nos dava carona. Foi o que aconteceu certo dia.

O motorista nunca viajara para aqueles lados, e eu, que já não era a primeira vez, arvorei-me de guia. Tudo deu certo até chegarmos a uma encruzilhada. Optei pela esquerda, e fomos dar numa escola diferente das que eu conhecia. De material, com pintura recente, portas e janelas bem encaixadas, uma beleza. As nossas eram, geralmente, adaptadas nas casas dos moradores da região. Cada uma com cara diferente. Fiquei desconfiada, mas quando fomos recebidos pela professora, tive a certeza: chegamos à escola errada. Essa era do município de Cachoeira do Sul. Os alunos, ao verem os funcionários da Saúde preparando as seringas, encolheram-se de susto. Mas, quando o engano foi desfeito, respiraram aliviados e bateram palmas.

Assim acontece na vida. A toda hora, precisamos tomar decisões que logo mostrarão seus resultados. E ficamos nos perguntando: por que não escolhemos o outro caminho? Aí, não nos servem arrependimentos, como se diz do “leite derramado”. É tocar para frente e enfrentar a situação.

Quando acompanho as notícias na TV, incluindo nossa cidade, o Estado, o país e o mundo, muito me surpreendem as escolhas que são feitas. A começar pelas eleições para Presidentes de nações, legisladores, governadores e prefeitos. O povo, agindo como barata tonta, escolhe o candidato que saiu pela porta dos fundos do primeiro mandato, sujeito a condenações por improbidades flagrantes, e agora reaparece como o salvador da Pátria, restaurador da economia e da democracia da grande potência, os Estados Unidos da América. Um país de Primeiro Mundo, no ranking das melhores Universidades, com cientistas recebendo o Prêmio Nobel e outros troféus pelo avanço da Internet, como pode ter um povo tão ingênuo? Errar é humano, mas repetir o erro é burrice, como diz a sabedoria popular.

A meu ver, o mundo virtual é o maior culpado. Os influencers valorizam as aparências, os mitos, aquilo que mais aparece na tela dos tablets, celulares, computadores. Seja a figura de herói ou de criminoso. Aquele com o maior número de seguidores é o que tem a melhor chance de vencer.

Mas nem tudo está perdido. Há muita gente que ainda pensa, compara e relembra os velhos erros, desviando-se dos falsos caminhos.