Maria Augusta e Maria Marques eram amigas inseparáveis. Nas festas, Campanhas Beneficentes, visitas de pêsames, reuniões semanais da turma do tricô e também nos dias normais, aquela dupla querida era vista nas ruas da cidade. Elas usavam muito essa expressão “Novidades Antigas” – sua invenção – para lembrar fatos interessantes do passado. Reavivavam, assim, a memória das pessoas à sua volta, fazendo-as rir ou chorar. Aconteceu que uma viúva muito chorosa acabou até sorrindo ao ouvir fatos engraçados de pessoas conhecidas. Sem maldade, apenas para espantar a tristeza e olhar a vida com mais esperança.
Foi o que aconteceu com a crônica de Lauricio Costa, na edição da semana passada neste jornal. Bombou, como se diz agora. Foram tantos os comentários no Facebook que despertaram a atenção de pessoas daqui e de outras cidades próximas onde residem caçapavanos. Todos apreciaram as reminiscências contadas com belo estilo por Lauricio, revivendo nossa Caçapava dos tempos em que todo mundo se conhecia e se queria bem.
Foi um brado de entusiasmo pela vida que tivemos em décadas passadas, a qual podemos recuperar terminando com os desentendimentos, a intolerância e a mania de cada lado se achar dono supremo da Verdade. Pessoas comuns, do dia a dia, que passam umas pelas outras, cumprimentam-se e se desejam alegria, saúde e sucesso. É o que todo mundo, creio eu, mais deseja.
Para mim, a crônica de Lauricio serviu como um alerta para deixar as preocupações pelo futuro e os resultados das eleições. Vamos respeitar as escolhas alheias e desejar que vençam os melhores representantes do povo do nosso Rio Grande do Sul e do Brasil. E que as novidades antigas dos tempos em que todos se queriam bem retornem ao nosso cotidiano, fortalecendo nossa união e o desejo pelo bem comum.
Bem-vindo, Lauricio, parabéns pela retumbante estreia. Volta sempre.