O ano 2023 ficará na História do Brasil. Pois marcou o resgate da cidadania de seu povo na cerimônia de posse de Lula, a qual ultrapassou os impecáveis passos do protocolo, acrescentando-lhes uma vibrante emoção, com o entusiasmo e a confiança de que voltaremos a ser iguais perante as leis e confiantes em nossos representantes.
Nossa bandeira voltou ao lugar certo – e não como o sinal de um grupo privilegiado que dela se apropriou –: no meio do povo, sem distinções de classes, origens, raças ou diferenças de ideias, religiões e sonhos. E o cortejo do novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, foi acompanhado com aplausos e reverências da multidão – até então contida –, que ansiava pela volta da democracia.
Os pronunciamentos dos novos eleitos e das demais autoridades foram unânimes na defesa dos humildes, dos sem teto, sem emprego e sem escola; dos diferentes por questões de sexo, origem genética e deficiências físicas; dos índios e dos injustiçados.
E na transmissão da faixa presidencial, os personagens convidados foram os representantes desses setores da sociedade brasileira que mais sofreram no último quadriênio, em questões de assistência e injustiças.
Coube à catadora Aline Souza, presidente de uma cooperativa de reciclagem, colocar a faixa no vitorioso Lula, que não esqueceu de convidar, entre o povo, seus humildes representantes. Ali estavam o cacique Raoni; o menino afro-brasileiro Francisco, campeão de natação; Ivan Baron, influencer digital que tem paralisia cerebral devido à meningite; o professor de Língua Portuguesa, Murilo de Quadros Jesus; Weslley Rocha, metalúrgico; Jucinara dos Santos, cozinheira; Flávio Pereira, artesão; e Resistência, o cachorrinho do acampamento em defesa de Lula, em frente ao prédio da PF, em Curitiba.
Tais gestos definem o caráter de quem nos vai governar nos próximos anos: alguém que tem sentimentos de afeto, é capaz de perdoar, agradecer e retribuir; que se solidariza com os atingidos por catástrofes, guerras e infortúnios; que homenageia vultos queridos que deixaram nosso convívio; enfim, alguém que tem alma e sente amor pelo Brasil e se une aos demais países da América e de outros continentes em defesa do meio ambiente e da salvação das espécies animais e vegetais. E da vida humana.
Seus primeiros decretos, revogando anteriores de Bolsonaro, restringem a compra e o porte de armas e tratam de esclarecer e punir crimes que foram arquivados.
As escolhas dos ministros – por sua idoneidade e competência nas respectivas pastas – são outro sinal positivo de que o Brasil vai recuperar seu “status” de país do futuro.