Como quase sempre acontece nessas horas, me parei de pensador: as mudanças continuam, os costumes se alteram, os tempos são outros e o mundo velho se sacode ante as vorazes transformações sociais, culturais, etc
Já escrevi sobre este assunto, mas desta vez mudarei o enfoque. É que as mudanças, as transformações do mundo, continuam aceleradas desde meados do século passado. Mais precisamente depois do final da Segunda Grande Guerra, em 1945.
Em 1982, conheci, no Rio de Janeiro, durante o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais do EB, quando eu era Capitão, um primeiro computador, que ocupava uma sala inteira e servia para ler cartões de cartolina (ou material similar) perfurados em códigos.
Depois, em 1990, em Santa Maria, ocupei uma função no QG da 6ª Brigada de Infantaria, encarregado da logística das unidades subordinadas. Havia um oficial sisudo, que dispunha de uma sala com ar condicionado exclusivo para ele, onde havia um computador 286, que nem prestava serviço nenhum, porque ninguém sabia utilizá-lo. Os documentos escritos em máquinas de escrever elétricas, quando necessário, eram corrigidos à mão com Errorex e, depois, xerocados para apagar o erro.
Nesta semana passada, recebi do dono da Gazeta a informação de que os nossos escritos, e o jornal como um todo, doravante e por enquanto, serão publicados apenas no formato on-line. Como quase sempre acontece nessas horas, me parei de pensador: as mudanças continuam, os costumes se alteram, os tempos são outros e o mundo velho se sacode ante as vorazes transformações sociais, culturais, etc.
Já mudamos o modo de vestir, com os modismos estilosos que nos fazem gastar mais; já não compramos os mesmos itens básicos no supermercado, lotados de novidades e embalagens atrativas, usadas para vender mais e despertar a curiosidade do consumidor; já escolhemos os nossos carros mais por particularidades e marcas do que pela sua utilidade de apenas transportar pessoas…
Acredito que o modismo de estar sempre plugado em algum aparelho eletrônico vai sim nos levar a continuar lendo os escritos interessantes, através das redes sociais, mas avalio, também, que os textos precisam ser encurtados, porque ninguém mais tem paciência e tempo para ficar lendo estórias enfadonhas e “enrolativas”. Para leitura on-line, devemos ser “curtos como coice de porco”, com um recado mais conciso e direto.
Continuemos, sim, porque escrever é paixão que não morre e nem se esmaece pelas transformações cibernéticas desde que inventaram os papiros. Vide, por exemplo, os e-books. E “vamo que vamo”, porque essa roda não vai parar de girar tão cedo.
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