Quantos abraços – virtuais – naquela noite festiva. A alegria do reencontro, poder festejar ao vivo aniversários de familiares, todos vacinados com a terceira dose e com os cuidados recomendados. Mas era uma vitória estarmos juntos no mesmo ambiente, depois de dois anos afastados.
A noite contribuiu para o êxito da festinha, sem vento, menos quente que o dia, agradável, impecável. Jovens e adultos entretidos em memórias familiares e projetos de futuro. Muito que contar, outro tanto a programar. Galeto por conta dos moços – um deles eleito um dos “dez mais” na churrascada de Atlântida do último domingo – e as saladas e pratos quentes a cargo das mulheres. Um banquete, melhor impossível.
Alguém perguntou se precisavam de repelente, porque os mosquitinhos estão por toda a parte, neste verão. E naquele ambiente aberto, junto a folhagens, eles deveriam atacar. Mas não, nenhuma queixa, e todos se admiraram. Foi quando uma das crianças mostrou, junto aos canteiros, um enorme sapo – pelo tamanho, deu para pensar que fosse um gato. Pois ele estava perto das lâmpadas do jardim, entretidíssimo em papar os “vampiros” que voavam ao seu redor.
E ficamos falando sobre as agressões à natureza, que estão acabando com nossas florestas, tirando a pureza das águas, matando fauna e flora. E a cadeia alimentar se rompe; abelhas que espalham o pólen para novas florações estão morrendo nos incêndios e agrotóxicos que matam as flores; animais que acabam com os insetos, pragas detonadoras das lavouras são atingidas pelo fogo ou emigram; garimpos envenenam os rios, causam doenças letais, matam os peixes… Rios transbordam causando tragédias, ou secam ao ponto de transformar solos produtivos em desertos. O nosso clima não é mais o mesmo.
E os responsáveis com planos mirabolantes de riqueza e poder, programando exploração dos recursos naturais, à custa de sua gradativa extinção, para criar ambientes sofisticados, hotéis 7 estrelas, e atrair turistas com suas fortunas em dólares ou euros. Não entendem nada de ciências naturais, e pensam que conhecem Economia.
E a lembrança unânime da festinha que ficou foi a figura do sapo, nosso amigo e protetor. Ele foi o herói da noite.