O outro projeto da Dona Zoé

Quem pensa que o lançamento de Vai passar era o único projeto da Dona Zoé nos últimos meses está enganado. Ela também vinha trabalhando em outro, e com muito sucesso: transformar-me em leitora de Agatha Christie, sua escritora favorita

Quem pensa que o lançamento de Vai passar era o único projeto da Dona Zoé nos últimos meses está enganado. Ela também vinha trabalhando em outro, e com muito sucesso: transformar-me em leitora de Agatha Christie, sua escritora favorita. Sempre que vou a sua casa, saio com um livro, e quando fui entrevistá-la na semana passada, não foi diferente. Dessa vez, a leitura indicada por ela foi Cipreste triste.

Em Londres, Elinor recebe uma carta anônima, dizendo que alguém quer roubar o que é dela e de seu noivo Roddy por direito, bajulando sua tia Laura. Nessa época, a tia está muito doente, e vive sob os cuidados de duas enfermeiras e de Mary, a jovem de cuja educação se encarregara desde criança e a quem quer muito bem.

Após a chegada da carta, Elinor e Roddy decidem fazer uma visita à tia, que vive em Hunterbury, e anunciar o noivado. Porém, durante a estadia, ele conhece Mary e fica encantado pela moça, o que o faz refletir sobre o futuro casamento e mudar suas atitudes para com a noiva.

De volta a Londres, Elinor e Roddy são chamados às pressas pelo médico da tia, Peter Lord, pois ela sofrera um novo “ataque” (como é dito na obra). Quase totalmente paralisada, Laura mal consegue falar, e apenas Elinor entende o que ela deseja: beneficiar Mary em seu testamento.

Mas o advogado não chega a tempo. Laura morre sem ter um testamento, o que transforma Elinor em sua única herdeira, por ser a parente consanguínea mais próxima, e deixa Roddy sem nada. Isso não deveria ser um problema para ele, já que iria se casar com a moça. Porém, quando admite seus sentimentos por Mary, o compromisso é rompido, e os agora ex-noivos ficam desejando que a outra não existisse.

Sabendo que Laura queria cuidar do futuro de sua protegida, Elinor destina a Mary duas mil libras. Ela vai estudar em Londres, mas tem de voltar a Hunterbury quando o pai morre. Na mesma época, Elinor também retorna para desocupar a casa da tia.

Enquanto Mary, com a ajuda da enfermeira Hopkins, de quem ficara muito amiga, verifica alguns documentos, Elinor aparece e as convida para almoçar. Após a refeição, ela e a enfermeira deixam Mary sozinha e, quando retornam, a encontram morta.

Os exames mostram que ela fora assassinada, e todos os indícios apontam Elinor como a autora do crime, mas os sentimentos de Peter Lord pela moça o fazem crer que não foi isso que aconteceu. Então, ele contrata o detetive Hercule Poirot para investigar o caso e provar sua inocência. Mas será Elinor realmente inocente?

 

Referência:

CHRISTIE, Agatha. Cipreste triste. Tradução de Maura Sardinha. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. 204p.