O que é radioamadorismo?
Nesta reportagem, os membros da Associação de Radioamadores Centro-Oeste, Emerson Moraes e Jean Patrick Nobre, explicam o que é esta prática, o que faz um radioamador e relatam algumas de suas experiências
Por Luiz Felipe de Oliveira
Você já ouviu falar em radioamadorismo? Você sabia que, em Caçapava, há uma associação de radioamadores? Você já pensou como faríamos para nos comunicar em uma situação de emergência, em que as linhas de telefone e as redes de internet parassem de funcionar? Pensando nessas questões, apresentamos uma reportagem sobre a presença do radioamadorismo em Caçapava. Para isso, conversamos com os membros da Associação de Radioamadores Centro-Oeste (Arco), Emerson Moraes (vice-presidente) e Jean Patrick Nobre (secretário), que explicam o que é o radioamadorismo e o que faz um radioamador, além de relatar algumas de suas experiências.
De acordo com eles, o radioamadorismo é uma prática e um meio de comunicação que se dá através das ondas de rádio. Além de um hobby técnico e científico, que envolve a construção de estações de rádio para estabelecer contato entre radioamadores de diferentes lugares do mundo, é também um serviço de utilidade pública:
– O radioamador é a pessoa que está sempre disposta a ajudar os outros. Em situações de calamidade pública, o radioamadorismo é fundamental. Em Roca Sales, por exemplo, durante as enchentes, foram os escoteiros que conseguiram, inicialmente, pedir ajuda a outras cidades, através do conhecimento que tinham sobre o radioamadorismo – contam.
Nos dias atuais, as redes sociais nos permitem estabelecer comunicação à longa distância quase que imediatamente. O mesmo pode-se dizer sobre o radioamadorismo, mesmo que seja considerado uma tecnologia ultrapassada por muitos. Segundo Emerson e Patrick, eles já conseguiram se comunicar com diversos lugares distantes, como Japão, China, Ilhas Malvinas, Bélgica, Bielorrússia, Canadá, Polinésia Francesa, Nova Caledônia, e Ilha de Bora Bora. Mas, para a dupla, quatro países foram os mais inesperados: Cuba, Venezuela e Ucrânia, que, de acordo com eles, por causa da condição política, são difíceis responderem, e Israel.
– No começo da guerra com o Hamas, consegui me comunicar com Israel. Foi um pouco difícil, mas deu para entender um pedido de paz por parte da pessoa com quem conversei – revela Patrick.
Sobre o uso do rádio, Emerson salienta que é proibido para quem não tem licença, podendo gerar multa, além de complicações judiciais. Por isso, é preciso se cadastrar junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Assim, cada radioamador contará com um indicativo próprio, que é a identificação de cada um. O indicativo do Emerson é PU3PYA, e o de Patrick é PU3JEA.
Associação de Radioamadores do Cento-Oeste
A Arco foi fundada em 1996 por um grupo de amigos, através do incentivo de Luiz Pazinato (PU3KTM), fundador do Grupo Rota do Pampa, que dava suporte, via rádio, aos caminhoneiros da região.
A Associação também esteve presente na programação do aniversário de Caçapava, em outubro, montando sua estação de rádio no Largo Farroupilha e apresentando ao público aspectos básicos do funcionamento do radioamador e de como realizar tentativas de comunicações com outros radioamadores do mundo.
Com 20 membros em Caçapava, a Arco também conta com parceiros em Cachoeira, São Gabriel, Encruzilhada, Santa Cruz e Bagé. Fazem parte de sua diretoria André Pimentel (PU3APS), presidente; Emerson Moraes (PU3PYA), vice-presidente; Jean Patrick Nobre (PU3JEA), secretário; e Carlos Cunha (PU3GTW), tesoureiro.
