Vejo com tristeza as “sobras” de guerra dos países – Síria, Afeganistão e a invadida Ucrânia – constantemente empenhados em lutas internas e externas, já nem sabemos por quê. Prédios demolidos que parecem caixas de papelão. Escolas, hospitais, prédios públicos e obras de arte, tudo vindo abaixo, esquecendo-se o tempo que levaram para serem construídos. E o pior de tudo é a falta de condições físicas e morais para a reconstrução.

Mesmo com esses tristes exemplos, uma grande parcela da população brasileira teima em depredar, ofender e profanar nossas instituições democráticas, porque não aceita perder uma eleição.

Mas o verão está aí, e as praias recebem veranistas felizes de gozar férias, depois de dois anos de restrições pela pandemia. Argentinos, mesmo com a inflação nas alturas, superlotam os hotéis gaúchos, mas principalmente de Santa Catarina. Minha mana e sua prole quase não encontraram lugar para instalar-se nas sedutoras praias de lá. Mas agora desfrutam desses encantos, num merecido relax pelos dias sofridos do ano que passou, de muitas aflições por problemas de saúde de sua “grande família”.

E eu, depois de uma gostosa temporada no Laranjal com um de meus filhos, agora estou na companhia do outro, nas águas salgadas de Atlântida. O melhor de tudo é o clima de paz, de amizade, de alegria de estar junto e poder matar a saudade que se acumulou no prolongado inverno que foi em 2022.

É tão bom encontrar velhos amigos ou conhecidos de outras eras ou veraneios, e a conversa fluir só com assuntos amenos, apartidários, sem discussões sobre quem está com a razão. E os planos tratados por uns e outros para depois das férias parecem convergir a um ponto comum: tornar o cotidiano mais leve, livre de tensões e desafetos, menos competitivo e mais solidário.

Uma aposentada muito simpática com quem falei contou-me de seus grupos de trabalho durante todo o ano. Num, ela tece enxovaizinhos de tricô, que são doados em creches ou a famílias pobres. Noutro, ela faz bonecas e outros brinquedos de materiais descartáveis, também para doações. E nas reuniões, muitos chás e bolachinhas gostosas para oferecer, de receitas de suas avós… E ela foi uma eleitora entusiasta de Bolsonaro. Agora, quer paz e amor para compartilhar.

Tenho de adquirir uma agenda para estabelecer meus propósitos do ano. Um deles será conviver mais com vizinhos e amigos. Ressuscitar os cafés da tarde de colegas aposentadas é o segundo item. E nessas reuniões e visitas, propagar a paz – a primeira condição para que o futuro de nossos jovens e crianças seja aquele que sonhamos para nós.