Placa de bronze na Praça homenageia Caçapava

Por Osvaldo Carlos Dias

“Fixada sobre pedra calcária, a distinção simboliza a admiração e o carinho de seus conterrâneos por sua trajetória de sucesso”

PLACA DE BRONZE NA PRAÇA HOMENAGEIA CAÇAPAVA_crédito Fred Colorado Divulgação
Crédito: Fred Colorado/Divulgação

O ex-jogador Luiz Carlos Melo Lopes, o Caçapava, foi homenageado in memoriam, em evento realizado na tarde de sábado, dia 18, na Praça Dr. Rubens da Rosa Guedes, no Centro da cidade. A iniciativa foi do Consulado do Sport Club Internacional no município e da Torcida Sentinela Colorada, e fez parte da programação alusiva ao aniversário de 194 anos da Segunda Capital Farroupilha.

Na oportunidade, foi inaugurada uma placa de bronze com os dizeres: “Homenagem In Memoriam ao ex-jogador caçapavano Luiz Carlos Melo Lopes – Caçapava. No futebol foste fortaleza, na vida um guerreiro. Os colorados jamais te esquecerão”. Fixada sobre pedra calcária – uma das principais riquezas do município –, a distinção simboliza a admiração e o carinho de seus conterrâneos por sua trajetória de sucesso, e passou a fazer parte do Acervo Histórico de Caçapava do Sul.

A placa foi descerrada pelo cônsul honorário Manoel dos Santos Oliveira, pela cônsul Fátima Jovane Nunes, pelo presidente da Torcida, Luiz Fernando Guedes de Oliveira, e pela mãe do homenageado, Terezinha Melo Lopes. E, partir daquela data, o consulado passou a ser denominado “Consulado de Caçapava do Sul/RS Luiz Carlos Melo Lopes – Caçapava”.

Foram oradores o ex-jogador Pinga, o cônsul honorário Manoel dos Santos Oliveira e a cônsul Fátima Jovane Nunes, que, junto a sua equipe – Luize Vargas Zanetti (vice), Aglaé Wagner Santana, Heitor Bastos Marques, Natália Damasceno e Manoel dos Santos Oliveira – e após oito anos à frente do Consulado de Caçapava, passou o cargo para Ana Cláudia Silveira Lima. Também tomaram posse para o novo mandato Jefferson Mello da Silva (vice) e Manoel dos Santos Oliveira, Heitor Bastos Marques, Igor Bitencourt Charopem e Alexandre Paz Zanetti.

A homenagem teve o apoio da Indústria de Cal e Calcário Fida, representada pelo diretor Irani Cioccari, e também foi prestigiada por integrantes de delegação do Sport Club Internacional (diretora consular Rosita Buffi, ex-jogadores Pinga e Hiran, além de outros colaboradores), autoridades, convidados especiais, familiares do homenageado e grande número de torcedores. A Banda Municipal Dr. Cyro Carlos de Melo também esteve presente e executou hinos e músicas para o público.

Histórico

Luiz Carlos Melo Lopes nasceu em 26 de dezembro de 1954, em Caçapava do Sul, filho de José Alcino Lopes e Terezinha Melo Lopes. Foi casado com Helena Lopes, com quem teve os filhos Priscila e Joner.

Profissional exemplar, Caçapava deixou sua marca histórica no futebol gaúcho e brasileiro, além de divulgar sua terra natal por onde andou. Caçapavano e colorado, iniciou sua carreira futebolística aos 18 anos, no Esporte Clube Gaúcho, de Caçapava do Sul. No ano de 1972, passou a jogar no Sport Club Internacional, onde trilhou o caminho de grandes conquistas. Em 1974, conquistou seu primeiro título, o de Campeão Gaúcho, com a camisa colorada. Venceu o regional também em 75, 76 e 78. O ex-volante foi ainda Bicampeão Brasileiro pelo time colorado e chegou à Seleção Brasileira de Futebol. Também atuou por Corinthians, Palmeiras, Vila Nova, Ceará, Fortaleza e Novo Hamburgo, conquistando vários outros títulos. Caçapava encerrou a sua carreira de jogador profissional em 1987.

Em 2011, depois de treinar clubes no norte do país e de trabalhar em escolinhas de futebol no interior do Piauí, Caçapava fez parte do setor de relacionamento social do Internacional, onde atuava e participava de eventos consulares pelas cidades do Rio Grande do Sul.

Quando atleta, Caçapava era uma fortaleza física, quase impossível de ser contido. Bem humorado, humilde e contador de histórias, era uma pessoa cativante. Assim, conquistou muitos amigos.

O ex-atleta passou seus últimos dias de vida em Caçapava do Sul. Aqui, participou de evento consular, em grande Festa Colorada, no dia 24 de junho de 2016, acompanhado de sua mãe, dona Terezinha. Nos dois dias seguintes, fez várias visitas a familiares e amigos e passeou pela cidade, muito feliz, relembrando sua infância e adolescência. E, no dia 27 de junho, quando retornaria ao trabalho em Porto Alegre, Caçapava faleceu.

Sua morte comoveu a todos, e seu cortejo funeral aconteceu sob aplausos e o hino oficial do Sport Club Internacional, seguido pelo ônibus do Clube, com dirigentes e ex-colegas, além de grande número de torcedores colorados e a população em geral, acompanhando o caminhão do Corpo de Bombeiros que conduziu seu corpo até o Cemitério Municipal.

Como escreveu o jornalista David Coimbra, em sua coluna de Zero Hora, no dia 28 de junho, “Caçapava amuralhava uma defesa. Caçapava dava segurança ao time. Caçapava parecia ser impossível de ser driblado, impossível de ser vencido, impossível de se cansar, impossível até de morrer. Mas morreu. Ou talvez não. Porque, na galeria dos heróis do futebol, Caçapava vive”.