Até aonde chegam minhas lembranças, nunca houve uma eleição como esta. A mesma opinião é que se comenta em todo o país. Num piscar de olhos, os resultados das urnas apontavam ora um, ora outro candidato vencendo em número de votos. Apesar dos empecilhos devidos às “blitze” da Polícia Rodoviária Federal aos ônibus de passagem gratuita, que impediram centenas de eleitores de votar, o pleito seguiu normalmente até a hora aprazada. E, felizmente, de uma maneira geral, não houve atos de violência ou protestos exagerados.

Mas, haja coração! As emoções foram tamanhas!

Impressionante a eficiência e a idoneidade das urnas eletrônicas. Mal encerrou o horário da votação, os resultados começaram a aparecer e, antes do fim do dia, já se proclamava o presidente vencedor, o Lula; e nos Estados e no Distrito Federal, os governadores também foram apresentados. Algumas surpresas, mas nossos comentaristas políticos dessa vez acertaram.

Logo em seguida, foram chegando felicitações de altas autoridades do país e de presidentes de nações de todos os continentes. Principalmente daquelas que lutam pela salvação da Amazônia e do clima do Planeta. Pois, daqui em diante, esperam o apoio de nosso novo governo e de suas promessas de campanha.

De maneira muito elegante foi a manifestação de alguns opositores, eleitos governadores, de colocar-se à disposição do novo governo para uma união de paz e de progresso. Mas os caminhoneiros não esqueceram o benefício da baixa dos combustíveis e bloquearam as estradas de todo o país, em protesto à derrota de seu presidente nas urnas. Voos cancelados, fretes em atraso, desabastecimento de comércio, farmácias, indústrias, à espera das encomendas. E muita gente querendo chegar às suas cidades para homenagear os seus falecidos no Dia de Finados, barrada no caminho.

Mas nosso atual presidente lava as mãos. O problema não é mais dele. De quem é, então?

Em atenção a seus fiéis seguidores que, apesar das trapalhadas das últimas semanas – Roberto Jefferson, suas granadas, e a deputada federal perseguindo um opositor de arma em punho pelas ruas – não abandonaram seu ícone, ele poderia ter um gesto nobre de agradecimento pela expressiva votação que, por pouco, não chegou à vitória. E felicitar o seu sucessor, num gesto de paz e de boa administração, a bem do Brasil e de seu povo.

Agora é arregaçar as mangas, levantar a cabeça e fazer de cada tarefa que nos cabe o melhor que pudermos para que nossa Pátria volte a manter os mesmos ideais que nos inculcaram desde a nossa infância, nos lares, nas escolas, na sociedade.

Que a educação seja a prioridade do novo governo, e que todas as crianças possam ter acesso a ela. Não lhes faltando a família – mesmo que de adoção – para que no amor familiar cheguem ao pleno desenvolvimento de suas virtudes. E se tornem cidadãos idôneos e responsáveis, que façam o Brasil – esse país cheio de riquezas materiais e morais – atingir sua plenitude de crescimento, paz, solidariedade e iguais oportunidades para todos os seus filhos. E nossa Amazônia volte a ser a grande esperança de salvação para o nosso Planeta.