Preços estimulam o produtor e garantem o abastecimento em 2024, diz Federarroz

Apesar de problemas pontuais com o El Niño, a entidade estima uma boa produção, com ligeira elevação de área plantada

Alexandre Velho - Crédito Carlos Queiroz Divulgação
Alexandre Velho, presidente da Federarroz (Crédito: Carlos Queiroz/Divulgação)

A safra de arroz 2023/2024 vem trazendo grandes desafios para os produtores, devido aos volumes de chuva maiores do que o normal neste período de plantio. A afirmação é do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, ao comentar o momento da cultura.

Mas, segundo o dirigente, embora isso traga atrasos no preparo da lavoura e no plantio, a expectativa é de uma boa colheita, pois grande parte da área foi plantada dentro do período recomendado e está se desenvolvendo bem, pois os problemas foram pontuais e não afetaram o desenvolvimento de forma geral.

Conforme o presidente da Federarroz, no ano de 2023, houve uma ligeira elevação da área cultivada de arroz no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 70% da produção nacional do grão. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o aumento será de 7,5%.

– Os preços um pouco melhores para o arroz, além do risco climático em função da previsão de El Niño, especialmente para a soja em áreas baixas, trouxeram, junto à valorização, um estímulo para que os produtores voltassem a cultivar uma área ligeiramente maior do que na última safra – destaca.

Velho salienta que não se tem dúvida de que a valorização da cotação veio em função de uma diminuição muito grande na área cultivada nos últimos anos, que já foi de mais de 1,2 milhão de hectares no Estado, e que veio para 840 mil na última safra.

– Isto é reflexo de muitos anos de baixa rentabilidade na cultura do arroz. Consequentemente, o produtor vem aumentando a rotação de culturas e buscando alternativas, devido a esta falta de renda por muitos anos – observa.

O presidente da entidade frisa, ainda, que embora seja um ano de El Niño, nunca se teve uma área tão grande de arroz em cima de resteva de soja.

– Aumentou o plantio direto e, consequentemente, embora com esta questão climática, tivemos uma melhor condição de enfrentar o El Niño, com uma maior área de arroz em cima dessa resteva de soja – salienta.

De acordo com o dirigente, a expectativa é de uma tranquilidade com relação ao abastecimento do mercado interno em 2024, com esta recuperação de área.

– Esperamos, com isso, continuar exportando, buscando mercados, pois essa referência de preços no porto também nos ajuda, inclusive, com as cotações no mercado interno – ressalta Velho.

Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective – adaptado