Zelda Dal’Molin tem formação em hotelaria e gastronomia, conquistadas em períodos de estudos no Brasil, na França, na Itália e na Tailândia. Amanhã (09), ela retorna à Caçapava para ministrar uma oficina especial de Natal, em parceria com a Casa de Cultura Juarez Teixeira, e promete repassar conhecimentos aplicáveis não só na cozinha, mas em outras áreas da vida
A caçapavana Nizelda Dal’Molin, conhecida como Zelda, será a chef de cozinha encarregada de ministrar uma oficina gastronômica especial de Natal, em parceria com a Casa de Cultura Juarez Teixeira, amanhã (09). Com 19 anos de experiência no ramo, Zelda dedicou parte de sua vida ao estudo e ao acompanhamento de renomados chefs, tanto do Brasil quanto do exterior.
Em entrevista à Gazeta, ela compartilha detalhes sobre o surgimento de seu interesse pela gastronomia, experiências passadas, os trabalhos atuais, suas principais áreas de atuação, seus sentimentos em relação à profissão e o que os alunos podem esperar dessa oficina especial.
O interesse de Zelda pela gastronomia sempre existiu, mas foi aos cinco anos, quando ganhou um fogão de brinquedo, que se intensificou.
– Um fogãozinho azul de seis bocas, de lata, mas tão perfeito que quase funcionava – lembra.
A chef revelou, ainda, que sua primeira formação é em hotelaria, com ênfase em alimentos e bebidas. Ela acredita que seguiu este caminho por influência da avó, Celestina, que era proprietária do Hotel Dal’Molin, em Cotiporã (RS). Durante o curso, realizou estágio no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, onde posteriormente trabalhou por muitos anos. Foi nesse ambiente que ganhou o apelido de Zelda, da sua diretora.
Após a experiência em hotelaria, a chef decidiu alçar voos mais altos e se aventurar no mundo da gastronomia. Então, iniciou os estudos na área, não apenas em território brasileiro, mas também na França, na Itália e na Tailândia, ao lado de chefs reconhecidos, como Alain Passard, Alain Ducasse, Claude Troisgros, Neka Menna Barreto, Marcelo Gonçalves e Roberta Sudbrack. Na Tailândia, teve a oportunidade de estudar na Poo Cooking Class, com a chef Poo.
De volta ao Brasil, em Porto Alegre, Zelda dedicou-se à produção de jantares em eventos fechados de alta gastronomia. Além disso, passou uma temporada no Rio de Janeiro, acompanhando o chef francês Claude Troisgros. Por fim, trabalhou com consultorias, tendo como principal cliente a Pousada do Engenho, em São Francisco de Paula (RS).
Após esse período, começou sua trajetória como chef de cozinha. Durante oito anos, desempenhou as funções de Chef de Cozinha Executiva e Gerente Geral dos restaurantes tailandeses Koh Pee Pee (reconhecido pela embaixada tailandesa) e Thai House, localizados em Porto Alegre. De acordo com ela, há 10 anos, as cozinhas tailandesa e das nossas raízes são sua paixão e a razão de seus maiores estudos.
– Aprendi que cozinhamos o que somos e podemos também sorrir com os olhos. A quantidade de amor que colocamos na comida é diretamente proporcional ao seu sabor final e a sua capacidade de marcar a vida das pessoas. O amor está no topo da minha pirâmide alimentar – comenta.
Em sua opinião, comer envolve também a vontade de estar junto das pessoas que gostamos. Por isso, faz parte de uma iniciativa chamada #comevivência.
– Estou à frente desse movimento, pois acredito que damos o nome de “comida” para a desculpa que damos para estar com as pessoas. Por isso, as convidamos para um churrasco, um carreteiro, um matambre, um sopão… Amor, valor e sabor são os três pilares desse movimento – explica.
A pandemia foi um momento de grande reflexão para Zelda, e sua crença na profundidade do significado da comida se intensificou:
– Serviu para me aproximar das minhas raízes, da família, focar nos meus princípios e valores e ser uma contribuição na vida de quem acredita que podemos ser mais e melhores, através do que comemos – explica a chef.
Após esse período, ela formou-se palestrante pela ApresentArte, de Porto Alegre, e atualmente ministra cursos para adultos e crianças e consultorias para o setor privado. Nesse âmbito, diz Zelda, sua principal habilidade é auxiliar o proprietário a construir uma base sólida, de princípios e valores aplicáveis à vida dos funcionários, e assim fazer sentido ser e fazer o que deve ser feito de forma leve, mas com muita responsabilidade.
O evento de sábado faz parte dessa nova fase. Para quem participará da oficina especial de Natal, a chef deixa um recado:
– Espero surpreendê-los, pois nunca entrego o óbvio. E saibam que levarão para casa conhecimentos aplicáveis não só na cozinha, mas em outras áreas da vida.
A oficina está prevista para começar às 19h, e o investimento é de R$ 260,00. O valor inclui: ingredientes, receitas, degustação e uma surpresa.