Em Príncipe Drácula, segundo volume da série Rastro de Sangue, Kerri Maniscalco cria sua ficção com base na história e nas lendas que circundam Vlad III, também chamado Vlad Drácula ou Vlad, o Empalador (pois sua prática favorita para matar os adversários era o empalamento), antigo governante da Valáquia, província que ocupava o Sul da Romênia no século XV.
Príncipe Drácula tem como protagonistas os mesmos personagens de Jack, o Estripador (primeiro volume da série) e começa mais ou menos um mês após o fim desta estória. Ainda é o ano de 1888. Audrey e Thomas estão em um trêm na Romênia, onde pleitearão uma vaga na Academia de Medicina e Ciências Forenses, localizada no Castelo de Bran, antiga moradia de Vlad Drácula.
Audrey está tendo de lidar com muitas coisas. Ainda está abalada pelos eventos da conclusão de Jack, o Estripador, e a mudança do laboratório do tio para a Academia a deixa nervosa. Além de ter de lutar para que suas lembranças não atrapalhem seu desempenho, uma mulher envolvida em autópsias ainda não é bem visto pela sociedade.
Thomas está com um jornal local, que traz a notícia de que alguém havia sido encontrado morto, com uma estaca no coração, o que levantou o rumor de que Vlad Drácula poderia estar vivo e atacando novamente.
Audrey e Thomas estão conversando quando ouvem uma batida forte na porta da cabine, e em seguida gritos. Ao saírem no corredor, veem um homem caído, também assassinado com uma estaca cravada no coração. Enquanto analisa a cena, a jovem nota que um rapaz observa o que aconteceu, muito impactado. Ao se aproximar da vítima, ela sente um cheiro forte, mas não tem tempo de examinar mais a fundo, pois a polícia chega e remove o corpo.
No castelo, Audrey reencontra o rapaz e descobre que ele se chama Wilhelm e será seu colega no curso. Ela e Thomas o seguem até o vilarejo próximo à Academia, pois querem conversar para descobrir o que Wilhelm sabe sobre o que se passou no trem. Mas, em determinado ponto, o perdem de vista e, logo depois, ele é encontrado morto.
O corpo é levado para a Academia para que os alunos façam a autópsia. Audrey se voluntaria e, quando tenta tirar sangue dele, nem uma gota sai. Analisando com mais atenção o pescoço de Wilhelm, ela encontra uma marca, como a mordida de um vampiro.
Pouco tempo depois, outros dois corpos são encontrados no castelo, ambos exalando um forte cheiro de alho e sem nenhum sangue em suas veias. Com todos esses casos, Audrey e Thomas decidem descobrir o que houve com as vítimas, se esses crimes estão relacionados com o do trem e com o noticiado no jornal, e quem é o assassino. E ainda tentar conseguir uma vaga definitiva na Academia. Terá mesmo Vlad Drácula levantado de seu túmulo?
Príncipe Drácula é cheio de referências a Jack, o Estripador, mas nada que possa atrapalhar seu entendimento se o primeiro volume não for lido antes. Apesar disso, recomendo a leitura na ordem para que se possa compreender a profundidade do conflito que vive Audrey e sua personalidade, o que justifica seus atritos com Thomas.
Referência:
MANISCALCO, Kerri. Príncipe Drácula. Tradução de Ana Death Duarte. Rio de Janeiro: Darkside Books, 2019. 424p. (Rastro de Sangue, 2)