Itens foram apreendidos em operações do órgão e, por ostentarem logomarcas usadas de forma ilegal, precisam ser descaracterizados antes de serem doados
A Delegacia da Receita Federal em Santa Maria destinou, na terça-feira (11), 1.280 peças de roupas à Associação Banco da Amizade, para descaracterização, marcando o início efetivo da parceria com esta que é a maior instituição social caçapavana.
O Banco da Amizade é uma sociedade civil, filantrópica, sem fins lucrativos e baseada no trabalho voluntário (atualmente, de cerca de 40 pessoas, em sua maioria, senhoras), que visa a prestar assistência social, sem afiliação religiosa ou política. Os focos prioritários são ações em prol de crianças e de pessoas idosas. Fundado em 1986, conta hoje com um cadastro de cerca de mil famílias às quais presta assistência continuada.
A entidade agora passará a receber, da Receita Federal, peças de roupas apreendidas que ostentam logomarcas utilizadas ilegalmente – e que, portanto, não podem ser diretamente doadas à população. O Banco da Amizade oferece, desde sua fundação, cursos de corte e costura a mulheres em situação de vulnerabilidade. Este viés educacional fortalece o trabalho de recuperação de roupas e cobertores doados por particulares, lojas e até pela indústria, para posterior doação, sendo este o carro-chefe de sua atuação. Por conta deste trabalho, a instituição estruturou uma oficina de costura com significativa capacidade de produção, e um plantel de costureiras experientes.
A entrega das primeiras 1.280 peças de vestuário, incluindo camisas, calças, moletons, tênis e bonés, ocorreu no depósito de mercadorias apreendidas da Receita Federal em Santa Maria. O ato foi presidido pelo auditor-fiscal Alexandre Righes, e contou com as participações ainda do chefe do depósito, Carlos Cauduro, e do agente da Receita Federal em Caçapava, Fábio Salvador. A Associação Banco da Amizade foi representada por Eduardo Vasconcelos, marido da presidente da entidade, Jocelane Vasconcelos. O transporte das mercadorias foi feito por um caminhão cedido pela Prefeitura.
Este primeiro lote servirá como um “piloto” para que se consiga mensurar quanto tempo as voluntárias do Banco da Amizade levarão para descaracterizar as roupas entregues. Após, será possível estabelecer um fluxo contínuo de remessas de vestuários apreendidos pela Receita Federal, para preparação e posterior repasse às populações carentes de Caçapava e, a depender do volume de produção, também de cidades vizinhas.
Texto: Fábio Burch Salvador – adaptado