O que foi destruído pelas enchentes no Sul e por estiagens em outras regiões, com todos os problemas sociais, ambientais, políticos e econômicos que o país vem enfrentando, como poderá ser reconstruído?
Quando vejo na TV as imagens da Síria, em guerras constantes que não chegam a qualquer acordo de paz, e agora da Ucrânia, que está sendo arrasada pela ambição do governo russo, fico pensando por onde os cidadãos desses países deverão começar para reconstruí-los, se lhes derem uma oportunidade. Ou será uma missão impossível?!
Pois, nesses dias, aqui no Brasil, o que foi destruído pelas enchentes no Sul e por estiagens em outras regiões – principalmente na ex-exuberante Amazônia –, com todos os problemas sociais, ambientais, políticos e econômicos que o país vem enfrentando, como poderá ser reconstruído?
Ouvindo o depoimento de uma família do Vale do Rio dos Sinos, que perdeu casa, móveis, utensílios e roupas, sendo o marido cadeirante e estando a esposa desempregada, os filhos atualmente sem escola, fico pensando por onde começar. Não fossem as legiões de voluntários e os especialistas em comportamento humano, que sabiamente o Estado tem disponibilizado para atender esses casos, só Deus mesmo para socorrê-los. Mas sem a participação das pessoas, os milagres demoram a acontecer. Deus espera que façamos a nossa parte.
Até então, nunca ouvira falar que a seca também provoca desbarrancamentos, destruição de centenas de casas e de vidas humanas, como está acontecendo na Amazônia, que nos ensinaram a conhecer pelas descrições de suas florestas, das chuvas copiosas todos os dias, à mesma hora, pelos rios navegáveis e as cascatas gerando energia, pelas frutas tropicais com nutrientes e vitaminas favoráveis à vida humana, portanto, autossustentável! No entanto, aos poucos, foi perdendo suas riquezas naturais, pelos maus-tratos dos homens em busca de lucros fáceis e imediatos.
Dizer que o Rio Negro, afluente do Amazonas, um dos maiores rios do mundo, está desaparecendo! Embarcações encalham na areia descoberta pela vasante. E mais um ofício – principal meio de vida da região – está ameaçado de existir. Sem água, sem peixe, sem frutos, os pescadores não têm do que viver.
Que as casas projetadas pelo governo estadual sejam logo construídas, fora de áreas de risco, com saneamento básico e localização próxima aos setores de emprego. Que sejam logo vencidas a burocracia e os trâmites legais, antes que as famílias percam seus elos afetivos, espalhando os filhos em outros lares. Mais do que nunca, esses laços de sangue precisam de estímulo e de força para não se romperem.
Que a dignidade da pessoa humana seja preservada. E a união dos esforços das pessoas de boa vontade seja a tábua salvadora que resgate os flagelados para uma vida cada vez melhor.