A Revista Marcela, periódico literário sediado em Bagé e que visa valorizar e fomentar a produção literária regional, está recebendo obras para publicação em seu primeiro número. O envio do material deve ser feito até 28 de janeiro. Serão escolhidos até 20 textos inéditos, incluindo poesias, contos, crônicas e peças teatrais curtas, e os autores selecionados serão premiados com R$ 200,00. Cada pessoa poderá submeter apenas um trabalho.

O projeto Revista Marcela foi idealizado pela Casa Espaço de Criação e é realizado com recursos do PRÓ-CULTURA RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. O nome foi inspirado na relação entre a planta Marcela e sua colheita no imaginário popular do povo sul-rio-grandense. Já a identidade visual destaca a biodiversidade local, com plantas do bioma pampa, especialmente aquelas em risco de extinção. Assim, ao mesmo tempo em que proporciona a reflexão sobre as paisagens culturais do pampa gaúcho, dialoga com a preservação ambiental da região.

A primeira edição, intitulada “Amar a terra como quem ouve a sua voz”, está prevista para ser lançada em formato digital em abril, em evento na Praça da Estação, em Bagé, e tem como tema o pampa gaúcho, com sua fauna, flora e diversidade social. Todas as informações podem ser encontradas no site do projeto: https://bit.ly/3YiI3PH.

Com uma linha editorial focada em artistas da região, a Revista Marcela prioriza a publicação de mulheres, autores LGBTQIA+, pessoas pretas e quaisquer outras minorias que participem da chamada. Além disso, busca perspectivas contemporâneas sobre as relações com o território, diferentes das tradicionais formas de representação do pampa sul-rio-grandense e dos discursos hegemônicos que sustentam uma forma unitária de entender esse espaço e seus povos.

– Pretendemos publicar edições semestralmente, com uma política editorial de valorização e publicação de artistas que estão no interior do Brasil. E por que queremos publicar somente artistas desses territórios? Estar no interior não é só estar distante fisicamente do circuito cultural, de atividades formativas e de oportunidades que quem está nas capitais tem acesso. A essa dinâmica geográfica, somam-se territórios hostis no âmbito local e falta de fomento mais amplo – destaca Giana Guterres, uma das editoras e idealizadoras do projeto.

Podem participar da seleção artistas residentes ou nascidos em Aceguá, Bagé, Caçapava, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, Alegrete, Barra do Quaraí, Itacurubi, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Borja, São Gabriel e Uruguaiana.

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