O ambicioso plano de vacinar toda a população espanhola contra o coronavírus começou no dia 26 de dezembro. Se tudo correr conforme as previsões dos especialistas, estaria finalizado no início do verão e permitiria a retomada da atividade econômica em geral e do turismo em particular.
A primeira vacina aprovada pelas autoridades sanitárias da União Européia foi a Pfizer, com uma eficácia de 95%. O problema dessa vacina é que necessita aplicação de duas doses, e também de logística, pois é fabricada na Bélgica e necessita condições de extremo frio para a sua conservação.
Os primeiros a recebê-la são os grupos de risco, com os maiores índices de mortalidade, como os residentes em asilos e o pessoal sanitário que se encarrega da sua saúde. Seguirão os maiores de 65 anos, os que sofrem de doenças crônicas, e assim por diante. A vacina é voluntária e grátis.
Não é a panacéia universal, mas parece ser a única maneira de imunizar o maior número possível de pessoas a curto prazo. Para funcionar, 70% da população vacinada deveria criar a imunidade de rebanho, só que teria de ser a população mundial.
Não serve o exemplo de nossos super-homens governantes que, quando adoecem de uma “gripezinha”, têm todos os recursos médicos a sua disposição, hospitais, casas de campo. Também contam os que vivem em favelas ou na rua.
Nas Ilhas Baleares, a situação voltou a ser de risco extremo depois das festas de fim de ano. Desde o dia 12 e até o final do mês de janeiro, os restaurantes, bares e boa parte do comércio em geral ficarão fechados. Para complicar ainda mais as coisas, o país está colapsado pelas tormentas de neve e temperaturas siberianas.
Já diziam os clássicos gregos que homem é um animal social.
Essa tremenda sociabilidade é o que nos está deixando cegos e nos está matando.
Gastão Heberle