Semana Santa: reencontros de familiares, faxinas, quitutes, lembranças de Páscoa. Tudo isso e mais as devoções rituais na preparação espiritual. Mal cabem em uma semana. E ainda lembrar aos pequenos que a Festa não é só do Coelhinho, mas da Paixão, Morte e Ressurreição de um Deus que nos amou até a morte dolorosa da cruz. Mas ressuscitou e quer a nossa salvação.
Circulando pelas prateleiras dos Supermercados, caímos na real com os preços abusivos dos gêneros. É preciso muito tino para selecionar os produtos que vão fazer parte de nossos cardápios. Para as saladas, menos de um quilo de tomate, outro tanto de cenoura – ou deixá-la de lado –, mas não dá para esquecer o óleo dos cozimentos. Desse, ninguém pode escapar. Até os temperos subiram de preço. E a seca não nos animou a fazer nossa hortinha particular para tê-los à mão.
Já colhi muito tomate nos meus canteiros, antes da Pandemia da Covid-19. Agora, pesando os custos do preparo do terreno, dos adubos, do combate às formigas e a outros predadores, não tive ânimo para enfrentar o encargo. Mas seria tão bom se ainda pudesse colhê-los no pátio!
As Dez Pragas do Egito, parece que duplicaram em nossos dias. Felizmente, a água voltou a avolumar-se em nossas represas, nossos produtos agrícolas tiveram boa saída na exportação para outros países também em crise. Mas os preços não foram tão satisfatórios. Crise nos insumos que vêm do estrangeiro, dos países em guerra.
Não dá para entender como mentes esclarecidas – porém mal formadas – podem querer guerra e morte nesta hora de tanto sofrimento para a Humanidade. Não bastam as doenças, as tragédias ambientais, o empobrecimento do Planeta, a morte das florestas, dos animais que as habitam e que nos fazem falta para que a cadeia alimentar não sofra rompimento?
Quando o desemprego e a fome rondam as famílias, aumentam os sem-teto e semeiam-se rancores ou desalentos?
Nunca como agora houve tanta necessidade de assistência social organizada, ONGs e Pastorais para socorrer as classes pobres e carentes que não podem adquirir sequer o mínimo da cesta básica, pois então lhes faltaria pagar a água, a luz, o gás? E a Saúde, então? Atendimentos médicos considerados de urgência são protelados, quando poderiam salvar vidas ou recuperar doenças, fraturas, aumentar as possibilidades de cura de doenças fatais?
Mas, quando tudo parece perdido, a ponto de descrermos da bondade e da justiça humana, eis que chega a Páscoa, que nos redime, enche de fé e de esperança, porque um Deus misericordioso morreu por nós e quer que o sigamos pelo caminho que nos levará à salvação.
Enquanto não chegar nossa hora derradeira, façamos deste mundo, de nossos lares, da sociedade, das famílias, um lugar de paz e de amor, onde as ofensas são perdoadas, o bem se faça sem olhar a quem, a justiça seja estendida a todos igualmente – sem favorecimento dos ricos e omissão aos mais pobres – e que a vida seja o bem mais sagrado e respeitado pelas autoridades que têm o dever de nos representar e atender ao bem comum.
Feliz e abençoada Páscoa!