Outro dia, andando nas ruas de Caçapava do Sul, uma cena que para muitos pode ser normal me chamou a atenção. Um senhor, cidadão de Caçapava do Sul, com idade aproximada de 90 anos, caminhava pela Rua XV de Novembro, carregando em seus braços judiados pelo tempo duas árvores frutíferas, rumando em direção à sua casa. Olhando essa cena, muitos poderiam se perguntar: “nessa idade, ainda plantando árvores? Para que plantar se o fim da jornada terrestre se aproxima?”

No dia a dia da nossa vida, nos deparamos com muitas cenas e acontecimentos importantes e, por incrível que pareça, não damos a devida atenção e importância. Estamos cegados pela poluição de inúmeras informações que nos chegam a toda hora pelas redes sociais. Estamos informados e atualizados o tempo todo, sobre tudo o que acontece no planeta inteiro, e não estamos atentos às inúmeras manifestações próximas a todos nós!

Quantos de nós ainda contemplam as estrelas e as fases da lua? Quantos de nós percebemos o vento leste que se manifesta praticamente todas as noites em Caçapava do Sul, deixando as noites menos quentes? Quem de nós já observou que tem gente catando materiais recicláveis nas noites em Caçapava, inclusive nas noites frias de inverno? Quantas coisas acontecem ao nosso redor, e continuamos cegos!

Voltando ao senhor aquele que caminhava pela Rua XV de Novembro, ele me fez refletir sobre o sentido da nossa existência. Plantar e semear sempre, sem nos preocupar com quem vai colher os frutos! Aquele senhor provavelmente não vai colher as frutas das árvores que plantou. Ele apenas fez o que todos nós deveríamos fazer: plantar… semear. Com esse gesto, esse senhor, enquanto muitos destroem a natureza, desmatando em busca do lucro, está preocupado em deixar um mundo melhor para seus filhos, netos, bisnetos e futuras gerações. Cuidar do meio ambiente, que é nossa casa comum, é, no mínimo, uma decisão sábia. É hora de darmos a atenção devida ao que está acontecendo próximo de nós e que nos enche de esperança.

Não sei o nome desse simpático e sábio senhor de Caçapava, que, mesmo se aproximando do fim da jornada, não perdeu a esperança e continua plantando, nos dando esse belo exemplo! Dedico a você, senhor anônimo, esse breve texto de hoje, e desejo que ele inspire a todos nós. Grande abraço!