O primeiro turno das eleições não nos deixou dúvidas. O povo brasileiro não quer mudanças. Acostumou-se ao paternalismo, a trabalhar mais que os patrões, a ganhar menos, a ocupar os postos mais humildes a troco de alguns benefícios – se forem bonzinhos, como disse Marta Medeiros – e a permanecer na zona de conforto, sem coragem de mudar.

Pois é, ainda resta o segundo turno, mas a Câmara, o Senado e grande parte das Assembleias já mostraram sua cara, contrariando os desejos dos que lutam pela democracia, pela igualdade e pela distribuição equitativa de rendas.

Assim sendo, aqueles que defendem a educação sem inclusão aos deficientes, o direito ao Ensino Superior só aos abastados e, aos de classes mais humildes, apenas lhes apontam o ensino profissional… Esses estão bem assentados para garantir a permanência de suas ideologias.

Vão ocupar a maioria do Senado e da Câmara aqueles que ainda ameaçam com AI-5, comemoram festivamente a Revolução e descriminalizam as desobediências às prerrogativas da Carta Magna da Nação.

O povo é que escolhe seus representantes. O que lhe falta é conhecimento. Sendo a alfabetização relegada a planos inferiores, como instruir as classes humildes e levá-las a valorizar-se como cidadãos?

O que acontecerá agora com a preservação do meio ambiente? Quem comandará a Pasta da Saúde para cuidar do SUS e de outros planos de Saúde? Sem privilégios, com presteza e eficiência?

O transporte escolar, a situação das escolas, do ensino, da merenda, tudo isso vai depender do andar de cima, que tem vista curta.

Nesta Primavera, tenho a certeza, será fortalecido o marco da divisão de opiniões dos cidadãos, a polarização da sociedade brasileira, a vanglória de uns, o desencanto de muitos.